quinta-feira, 28 de março de 2013


28 de março de 2013


DAS VIRTUDES PRINCIPAIS E DE OUTRAS COISAS QUE O CRISTÃO DEVE SABER

§ 1º - Das virtudes teologais

852) Que é a virtude sobrenatural?
A virtude sobrenatural é uma qualidade 
que Deus infunde na alma, pela 
qual se tem propensão, facilidade e 
prontidão para conhecer e praticar o
 bem, em ordem da vida eterna. 

853) Quantas são as principais 
virtudes sobrenaturais?
As principais virtudes sobrenaturais
 são sete, a saber, três teologais e quatro 
cardeais. 

854) Quais são as virtudes teologais?
As virtudes teologais são: a Fé, a 
Esperança e a Caridade. 

855) Por que a Fé, a Esperança
 e a Caridade se chamam virtudes teologais?
Chamam-se a Fé, a Esperança e a 
Caridade virtudes teologais, porque
 têm a Deus por objeto imediato 
e principal e nos são infundidas por Ele. 

856) De que modo têm as virtudes
 teologais a Deus por objeto imediato?
As virtudes teologais têm a Deus
 por objeto imediato, porque pela
 Fé nós cremos em Deus, e cremos 
tudo o que Ele revelou; pela Esperança 
esperamos possuir a Deus; pela Caridade
 amamos a Deus e nEle amamos a nós mesmos 
e ao próximo. 

857) Quando nos infunde Deus na
 alma as virtudes, teologais?
Deus, pela sua bondade, infunde-nos
no alma a, virtudes teologais, quando
 nos adorna com a graça santificante;
 e por isso, quando recebemos o
 Batismo, fomos enriquecidos com 
estas virtudes, e juntamente com os 
dons do Espírito Santo. 

858) Basta, para o cristão se salvar,
 o Batismo as virtudes teologais?
Para quem tem o uso da razão, não
 basta o ter recebido no Batismo
 as virtudes teologais; mas é 
necessário fazer freqüentemente
 atos destas virtudes. 

859) Quando somos obrigados a
 fazer atos de Fé, de Esperança e de Caridade?
Somos obrigados a fazer atos de Fé, 
de Esperança e de Caridade
1.o quando chegamos ao uso da razão;
2.o freqüentes vezes no decurso da vida.-
3.o em perigo de morte.

segunda-feira, 25 de março de 2013


SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2013

Francisco: Deus é paciente com as nossas fraquezas


Cidade do Vaticano (RV) - Durante a Semana Santa, pensemos na "paciência" que Deus tem com cada um de nós. Foi o que disse o Papa Francisco na manhã desta segunda-feira durante a breve homilia da missa por ele presidida na Capela da "Casa Santa Marta", no Vaticano, da qual participaram, entre outros, os jornalistas do L'Osservatore Romano.

O emblema da infinita paciência que Deus tem pelo homem está refletido na infinita paciência que Jesus tem por Judas. O Santo Padre serviu-se da cena do Evangelho do dia, no qual Judas critica a atitude de Maria, irmã de Lázaro, de ungir os pés de Jesus com trezentos gramas de precioso perfume: teria sido melhor vendê-lo e dar o ganho aos pobres – defende Judas.

João observa no Evangelho que Judas não estava interessado pelos pobres, mas pelo dinheiro, que inclusive roubava. No entanto, "Jesus não lhe disse: 'És um ladrão'", observou o Papa.

Com o amor, afirmou, "foi paciente com Judas, buscando atraí-lo a si com a sua paciência, com o seu amor. E nos fará bem pensar – acrescentou – nesta Semana Santa, na paciência de Deus, naquela paciência que o Senhor tem conosco, com as nossas fraquezas, com os nossos pecados."

O Pontífice observou que também o trecho de Isaías, na primeira leitura, ao apresentar "o ícone daquele 'servo de Deus', evidenciou a mansidão e a paciência de Jesus – que é a paciência de Deus mesmo".

"Quando se pensa na paciência de Deus: isso é um mistério!", exclamou o Papa Francisco. "Quanta paciência Ele tem conosco! Fazemos tantas coisas, mas Ele é paciente." E o é, disse ainda, "como aquele pai que o Evangelho diz que viu o filho de longe, aquele filho que tinha ido embora com todo o dinheiro da sua herança".

E por que o viu de longe? – perguntou-se o Papa. "Porque todos os dias olhava do alto para ver se o filho retornava." "Essa é a paciência de Deus", repetiu o Papa Francisco, "essa é a paciência de Jesus".

E concluiu: "Pensemos numa relação pessoal, nesta Semana: como tem sido na minha vida a paciência de Jesus comigo? Basta isso. Depois, sairá do nosso coração uma só palavra: 'Obrigado, Senhor! Obrigado por sua paciência". (RL)

Por: Radio Vaticano

domingo, 24 de março de 2013




"Mas porque Almas Castelos? Eu conheci algumas. São pessoas cujas almas se parecem com um castelo. São fortes e combativas, contendo no seu interior inúmeras salas, cada qual com sua particularidade e sua maravilha. Conversar, ouvir uma história... é como passear pelas salas de sua alma, de seu castelo. Cada sala uma história, cada conversa uma sala. São pessoas de fé flamejante que, por sua palavra, levam ao próximo: fé, esperança e caridade. São verdadeiras fortalezas como os muros de um Castelo contra a crise moral e as tendências desordenadas do mundo moderno. Quando encontramos essas pessoas, percebemos que conhecer sua alma, seu interior, é o mesmo que visitar um castelo com suas inúmeras salas. São pessoas que voam para a região mais alta do pensamento e se elevam como uma águia, admirando os horizontes e o sol... Vivem na grandeza das montanhas rochosas onde os ventos são para os heróis... Eu conheci algumas dessas águias do pensamento. Foram meus professores e mestres, meus avós e sobretudo meus Pais que enriqueceram minha juventude e me deram a devida formação Católica Apostólica Romana através das mais belas histórias"...

BLOG ALMAS CASTELOS

* AMEI ESSE TRECHO EM NEGRITO ,TEM MUITO A VER COM O MEU BLOG  E COMIGO MESMA.






Madre Mariana de Jesus Torres


Madre Mariana de Jesus Torres, nasceu na Espanha em 1563. Desde cedo se dedicou à vida religiosa. Aos 13 anos de idade, com sua Tia Madre Maria e mais algumas outras freiras, foi para a cidade de Quito, no Equador, para a fundação do Mosteiro Real da Imaculada Conceição. No caminho o demônio lhe apareceu querendo destruir a embarcação para que o Mosteiro não fosse fundado. Mas Nossa Senhora venceu o inimigo e as águas do mar se acalmaram, pois o demônio produzia grandes ondas afim de afundar o navio.

De santidade incomum recebeu a visita de Nossa Senhora por várias vezes.

O livro que relata sua vida e a fundação do Mosteiro Real é magnífico. Peço que leiam, por que não encontrarão livro igual.

Pode ser conseguido na livraria Petrus:
http://www.livrariapetrus.com.br/pesquisa.asp?pesq=Madre+Mariana&cat=todos&x=14&y=8

Repito: o livro é magnífico e tenho certeza de que fará muito bem para quem o ler.

Transcrevo parte do livro, onde Nossa Senhora dá uma mensagem para Madre Mariana de Jesus Torres:

Apagar-se-á a luz preciosa da fé nas almas; se desbordarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes. Dar-se-ão muitos enormes sacrilégios. A atmosfera estará repleta do espírito de impureza o qual, a maneira de um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e lugares públicos com uma liberdade assombrosa; não haverá quase inocência nas crianças nem pudor nas mulheres.

Chegarão momentos nos quais parecerá tudo perdido. Então é chegada a minha hora, na qual Eu, de uma maneira assombrosa, destronarei ao soberbo Satanás, pondo-o abaixo de meus pés, encadeando-o no abismo infernal, deixando por fim livres a Igreja e a Pátria dessa cruel tirania.



Domingo de Ramos.



Jesus faz a sua entrada triunfal em Jerusalém.


Ecce rex tuus venit tibi mansuetus, sedens super asinam et pullum filium subiugalis – “Eis que o teu Rei aí vem a ti cheio de mansidão, montado sobre uma jumenta e um jumentinho, filho do que está sob o jugo” (Mat. 21, 5).

Sumário. Imaginemos ver Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém. O povo em júbilo lhe vai ao encontro, estende seus mantos na estrada e juncam-na de ramos de árvores. Ah! Quem teria dito então que o Senhor, acolhido agora com tão grande honra, dentro em poucos dias teria de passar ali como réu, condenado à morte? Mas é assim: O mundo muda num instante o Hosanna em Crucifige. E não obstante isso somos tão insensatos, que por um aplauso, por um nada nos expomos ao perigo de perdermos para sempre a alma, o paraíso de Deus.

I. Estando próximo o tempo da Paixão, o nosso Redentor parte de Betânia para fazer a sua entrada em Jerusalém. Contemplemos a humildade de Jesus Cristo, que, sendo o Rei do céu, quer entrar naquela cidade montado numa jumenta. – Ó Jerusalém, eis que o teu rei aí vem humilde e manso. Não temas que Ele venha para reinar sobre ti ou apossar-se das tuas riquezas; porquanto vem a ti cheio de amor e piedade para te salvar e dar-te a vida pela sua morte.

Entretanto os habitantes da cidade, que, havia já tempos, o veneravam por causa de seus milagres, foram-Lhe ao encontro. Uns estendem os seus mantos na estrada por onde passa, outros juncam o caminho, em honra de Jesus, com ramos de árvores. – Oh! Quem teria dito que o mesmo Senhor, acolhido agora com tanta demonstração de veneração, havia de passar por ali dentro em poucos dias como réu condenado à morte, com a cruz aos ombros!?

Meu amado Jesus, quisestes fazer a vossa entrada tão gloriosa, afim de que a vossa paixão e morte fossa tanto mais ignominiosa, quanto maior foi a honra então recebida. A cidade, ingrata, em poucos dias trocará os louvores que agora vos tributa, por injúrias e maldições. Hoje cantam: “Glória a vós, Filho de Davi; sede sempre bendito, porque vindes para nosso bem em nome do senhor. E depois levantarão a voz bradando: Tolle, tolle, crucifige eum (1) – “Tira, tira, crucifica-O”. – Hoje tiram os próprios vestidos; então tirarão os vossos, para vos açoitar e crucificar. Hoje cortam ramos e estendem-nos debaixo de vossos pés; então tomarão ramos de espinheiro, para Vos ferir a cabeça. Hoje bendizem-Vos, e depois hão de cumular-Vos de contumélias e blasfêmias. – Eia, minha alma, chega-te a Jesus e dize-Lhe com afeto e gratidão: Bendictus, qui venit in nomine Domine (2) – “Bendito o que vem em nome do Senhor”.

II. Refere depois o Evangelho, que Jesus chegando perto da infeliz cidade de Jerusalém, ao vê-la, chorou sobre ela, pensando na sua ingratidão e próxima ruína. – Ah, meu Senhor, chorastes então sobre Jerusalém , mas chorastes também sobre a minha ingratidão e perdição; chorastes ao ver a ruína que eu a mim mesmo causava, expulsando-Vos de minha alma e obrigando-Vos a condenar-me ao inferno. Peço-Vos, deixai que eu chore, pois que a mim compete chorar ao lembrar-me da injúria que Vos fiz ofendendo-Vos. Pai Eterno, pelas lágrimas que vosso Filho então derramou por mim, dai-me a dor de meus pecados, já que os detesto mais que qualquer outro mal e resolvido estou a amar-Vos para o futuro, de todo o coração.

Depois que Jesus entrou em Jerusalém, e se fatigou o dia todo na pregação e na cura de enfermos, quando chegou a noite, não houve quem o convidasse a descansar em sua casa; pelo que se viu obrigado a voltar para Betânia. – Santa Teresa considerando certa vez num Domingo de Ramos, naquela descortesia para com o seu divino Esposo, convidou-o humildemente a vir hospedar-se no seu pobre peito. Agradou-se o Senhor tanto do convite de sua esposa predileta, que, ao receber a sagrada Hóstia, afigurava-se à Santa que tinha a boca cheia de sangue vivo e ao mesmo tempo gozava uma doçura paradisíaca.

Também tu, meu irmão, dirige a Jesus, especialmente quando te aproximas da santa comunhão, o convite que venha hospedar-se em tua alma, afim de não sofrer mais. – E agora roga a Deus que, “tendo ele feito Nosso Senhor tomar carne e sofrer a morte de cruz, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade para imitar, te conceda a graça de aproveitar os documentos de sua paciência e de alcançar a glória da ressurreição” (3). – Recomenda-te também à intercessão da Virgem Maria. (*I 601)

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1. Io. 19, 5.
2. Math. 21, 9.
3. Or. Dom. curr.
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive.Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 392 - 395.)

sexta-feira, 22 de março de 2013



22 de Março - Santa Léia, Viúva





 Uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna. .

  Santa Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência. .

  A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade.

  Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela. .

  Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade. .

  Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

 Santa Léia, rogai por nós.
grupO: SÃO TOMÁS DE AQUINOs.







SEXTA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2013





ENCONTRO COM O CORPO DIPLOMÁTICO
ACREDITADO JUNTO DA SANTA SÉ
DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO
Sala Régia
Sexta-feira, 22 de março de 2013


Excelências,
Senhoras e Senhores,


De coração agradeço ao vosso Decano, Embaixador Jean-Claude Michel, as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos e com alegria vos recebo para uma simples, mas ao mesmo tempo intensa, troca de cumprimentos, que, idealmente, pretende ser o abraço do Papa ao mundo. Na realidade, por vosso intermédio, encontro os vossos povos e deste modo posso, em certa medida, alcançar cada um dos vossos concidadãos com suas alegrias, dramas, expectativas e desejos.


A vossa presença, numerosa, é também um sinal de que as relações que os vossos países mantêm com a Santa Sé são profícuas, são verdadeiramente uma ocasião de bem para a humanidade. Na verdade, é isto mesmo o que a Santa Sé tem a peito: o bem de todo o homem que vive nesta terra. E é precisamente com este entendimento que o Bispo de Roma começa o seu ministério, sabendo que pode contar com a amizade e benevolência dos países que representais, e na certeza de que compartilhais tal propósito. Ao mesmo tempo, espero que se revele também ocasião para iniciar um caminho com os poucos países que ainda não têm relações diplomáticas com a Santa Sé, alguns dos quais – de coração lhes agradeço – quiseram estar presentes na Missa de início do meu ministério ou enviaram mensagens como gesto de proximidade.


Como sabeis, há vários motivos que, ao escolher o meu nome, me levaram a pensar em Francisco de Assis, uma figura bem conhecida mesmo além das fronteiras da Itália e da Europa, inclusive entre os que não professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco tinha pelos pobres. Ainda há tantos pobres no mundo! E tanto sofrimento passam estas pessoas! A exemplo de Francisco de Assis, a Igreja tem procurado, sempre e em todos os cantos da terra, cuidar e defender quem passa indigência e penso que podereis constatar, em muitos dos vossos países, a obra generosa dos cristãos que se empenham na ajuda aos doentes, aos órfãos, aos sem-abrigo e a quantos são marginalizados, e deste modo trabalham para construir sociedades mais humanas e mais justas.


Mas há ainda outra pobreza: é a pobreza espiritual dos nossos dias, que afeta gravemente também os países considerados mais ricos. É aquilo que o meu Predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama a «ditadura do relativismo», que deixa cada um como medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens. E assim chego à segunda razão do meu nome. Francisco de Assis diz-nos: trabalhai por edificar a paz. Mas, sem a verdade, não há verdadeira paz. Não pode haver verdadeira paz, se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e só os direitos próprios, sem se importar ao mesmo tempo do bem dos outros, do bem de todos, a começar da natureza comum a todos os seres humanos nesta terra.


Um dos títulos do Bispo de Roma é Pontífice, isto é, aquele que constrói pontes, com Deus e entre os homens. Desejo precisamente que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de tal modo que cada um possa encontrar no outro, não um inimigo nem um concorrente, mas um irmão que se deve acolher e abraçar. Além disso, as minhas próprias origens impelem-me a trabalhar por construir pontes. Na verdade, como sabeis, a minha família é de origem italiana; e assim está sempre vivo em mim este diálogo entre lugares e culturas distantes, entre um extremo do mundo e o outro, atualmente cada vez mais próximos, interdependentes e necessitados de se encontrarem e criarem espaços efetivos de autêntica fraternidade.


Neste trabalho, é fundamental também o papel da religião. Com efeito, não se podem construir pontes entre os homens, esquecendo Deus; e vice-versa: não se podem viver verdadeiras ligações com Deus, ignorando os outros. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as diversas religiões; penso, antes de tudo, ao diálogo com o Islã. Muito apreciei a presença, durante a Missa de início do meu ministério, de tantas autoridades civis e religiosas do mundo islâmico. E é também importante intensificar o diálogo com os não crentes, para que jamais prevaleçam as diferenças que separam e ferem, mas, embora na diversidade, triunfe o desejo de construir verdadeiros laços de amizade entre todos os povos.


Lutar contra a pobreza, tanto material como espiritual, edificar a paz e construir pontes: são como que os pontos de referimento para um caminho que devemos percorrer, desejando convidar cada um dos países que representais a tomar parte nele. Um caminho que será difícil, se não aprendermos a amar cada vez mais esta nossa terra. Também neste caso me serve de inspiração o nome de Francisco: ele ensina-nos um respeito profundo por toda a criação, ensina-nos a guardar este nosso meio ambiente, que muitas vezes não usamos para o bem, mas desfrutamos com avidez e prejudicando um ao outro.


Queridos Embaixadores, Senhoras e Senhores,


Novamente obrigado por todo o trabalho que realizais, juntamente com a Secretaria de Estado, para edificar a paz e construir pontes de amizade e fraternidade. Por vosso intermédio, desejo renovar aos vossos Governos o meu agradecimento pela sua participação nas celebrações por ocasião da minha eleição, com votos de um frutuoso trabalho comum. O Senhor Todo-Poderoso cumule com os seus dons a cada um de vós, às vossas famílias e aos povos que representais.

© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana

quarta-feira, 20 de março de 2013






19 de Março - Glorioso São José




São José, Esposo da Santíssima Virgem
e Padroeiro da Santa Igreja Universal





Hoje a Santa Igreja espalhada pelo mundo todo, celebra solenemente a santidade de vida do seu Patrono, São José, por isso reza com ardor na Liturgia:

"Celebre a José a corte celeste, prossiga o louvor o povo cristão: só ele merece à Virgem se unir em casta união".

  São José, que venerado de modo especial neste dia, é um dos santos mais conhecidos no cristianismo, tanto assim que inspirou o nome a dezenas de santos da Igreja e também a outros cristãos, que neste dia comemoram seu onomástico (festa pelo mesmo nome do santo do dia).
  O nome José, em hebraico, significa: "Deus cumula de bens" e, sem dúvida, este conhecido carpinteiro de Nazaré, foi acumulado de bens ao não recusar sua missão de esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo:
  "Ao despertar, José fez o que o Anjo do Senhor lhe prescrevera: acolheu em sua casa a sua esposa". (Mt 1,24)
  Santo Tomás de Aquino diz que é teologicamente certo que o matrimônio entre São José e a Virgem Maria foi verdadeiro e perfeito quanto à essência ou primeira perfeição, mas não quanto ao uso do mesmo, pois não coabitaram. E que São José guardou perfeita virgindade durante toda sua vida, pois tanto ele quanto a Virgem Imaculada mantiveram o voto de virgindade, condicionado antes do matrimônio, e absoluto depois.
  O Doutor Angélico afirma assim que São José fez voto de virgindade. Acrescenta ele que a Bem-aventurada Virgem, antes de unir-se a José, deveria ter sido cientificada por divina revelação de que José tinha o mesmo propósito. E que, portanto, não se expunha a perigos, casando-se. Pelo que não só Maria, mas também José, estavam dispostos, em seu interior, a guardar virgindade. E deveriam ter feito mesmo um voto. Isso porque as obras de perfeição são mais louváveis se se cumprem sob voto.

São José, valei-nos!

São José é o padroeiro da Santa Igreja Universal, o advogado dos lares cristãos e o modelo dos operários. Assim como Abraão e os patriarcas, São José aguardava ansiosamente o cumprimento das promessas de Deus, entretanto, realiza suas promessas provando-o na fé. Com efeito, São José está comprometido com Maria, que fica grávida de um filho que não é dele. Não entende o que se passa. Vacila. Fica confuso e agoniado, mas acolhe a Palavra que lhe ordena tomar Maria como esposa e acolher o Menino que vai nascer. O próprio nascimento de Jesus não pôde ser programado. O Menino nasce em um estábulo, em meio a animais, à margem da sociedade. Os que vêm prestar-lhe culto é gente estranha, moradores fora das fronteiras de seu país. Não bastasse isso, Jesus é ameaçado de morte. José é obrigado a deixar a terra natal e fugir para o Egito. No Egito, luta arduamente para sobreviver numa terra estrangeira na clandestinidade. Aguarda o momento do regresso, quando a vida de Jesus não mais estiver ameaçada. Todavia, a vida do Messias estará sempre ameaçada durante todos os seus dias, até sua morte, e continua ameaçada ainda hoje, nas pessoas daqueles que lutam pela implantação do Reino na face da terra.
  Príncipe da Casa Real de Davi e ao mesmo tempo humilde carpinteiro, é difícil se poder avaliar a grandeza de sua missão. É considerado o Patrono da Boa Morte porque morreu assistido pela Santíssima Virgem, sua Esposa, e pelo próprio Homem-Deus, de quem era pai adotivo. Foi também declarado por Bento XV, ao cumprir-se meio século da proclamação de São José como patrono da Santa Igreja Universal, em seu motu proprio Bonum sane, record. 

segunda-feira, 18 de março de 2013


Comemoração do preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Redemisti nos, Domine, in sanguine tuo... et fecisti nos Deo nostro regnum – “Remiste-nos, Senhor, em teu sangue, e fizeste-nos reino para Deus” (Apoc. 5, 9).


Sumário. O Senhor não se contentou com pagar pela sua morte a pena a nós devida e anular com o seu sangue a sentença da nossa condenação eterna; quis ainda, no sacramento da penitência, preparar-nos um banho salutar de seu sangue, no qual pudéssemos, à vontade, lavar-nos das manchas do pecado. E nós não o amaremos de todo o coração?... Tomemos o belo hábito de oferecer freqüentemente este Sangue preciosíssimo ao Eterno Pai, para obtermos todas as graças de que precisamos.


I. O nosso amantíssimo Redentor não veio ao mundo para outro fim, senão para salvar os pecadores. Por isso não se contentou com pagar pela sua morte a pena a nós devida e anular com o seu sangue a sentença da nossa eterna condenação (1); mas com o mesmo sangue quis ainda preparar-nos um banho salutar para nos limparmos das manchas dos nossos pecados: Dilexit nos, et lavit nos in sanguine suo (2) – “Ele nos amou e lavou em seu sangue”. – E isso não somente uma vez, senão quantas quisermos; porquanto, prevendo que, depois do Batismo, tornaríamos a manchar-nos pelo pecado, estabeleceu, por meio do sacramento da penitência, que aquele banho durasse até à consumação dos séculos.


Pelo que o Apóstolo nos anima dizendo: Accessistis... ad mediatorem Iesum, et sanguinis aspersionem, melius loquentem quam Abel (3) – “Chegastes... ao mediador Jesus, e à aspersão do sangue, que fala melhor que o de Abel”. Meus irmãos, assim parece dizer-nos, por mais pecadores que sejais, não percais a coragem; pois tendes de tratar, não com um mediador qualquer, mas com Jesus Cristo. Se o sangue dos bodes e dos touros sacrificados tirava aos Hebreus as manchas corporais exteriores, afim de que pudessem ser admitidos aos ministérios sagrados; quanto mais o sangue de Jesus Cristo, que por amor se ofereceu a pagar por nós, tirará das nossas almas os pecados para podermos servir ao nosso Deus? (4)


Ah! Quanto melhor, conclui São Paulo, o sangue do Redentor implora por nós a divina misericórdia, do que o sangue de Abel bradava por vingança contra Caim! – É o que o Senhor mesmo disse também a Santa Maria Madalena de Pazzi: “A minha justiça converteu-se em clemência pela vingança tomada no corpo inocente de Jesus Cristo. O sangue deste meu Filho não pede vingança, como o sangue de Abel, mas somente misericórdia e piedade, e à tal voz a minha justiça fica necessariamente aplacada. Este sangue liga-me, por assim dizer, as mãos, de modo que não posso mais movê-las para tomar vingança dos pecados, como antes tomavam.”


II. Como fruto da presente meditação nutramos uma terna devoção ao sangue divino. Cada vez que meditares na Paixão de Jesus Cristo, chega-te a Ele em espírito e pede-Lhe que te purpureie todo com o seu preciosíssimo sangue. No tribunal da penitência, afigura-te ver no Confessor a própria pessoa do Redentor, que na absolvição derrama sobre ti o seu sangue; e quando fores comungar, imagina que chegas teus lábios ao lado sagrado de Jesus. Sobretudo habitua-te a oferecer muitas vezes ao Eterno Pai o sangue preciosíssimo de Jesus Cristo, em satisfação pelos teus pecados, pelas necessidades da santa Igreja, pela conversão dos pecadores e em sufrágio das almas do purgatório.


† “Ó Sangue preciosíssimo de vida eterna, mercê e resgate de todo o universo, bebida e lavacro de nossas almas, que defendeis continuamente a causa dos homens junto ao trono da suprema misericórdia, adoro-vos profundamente, e quisera, quanto me é possível, desagravar-vos de todas as injúrias e desprezos que continuais a receber da parte dos homens, e particularmente daqueles que temerariamente se atrevem a blasfemar contra vós. Quem não bendirá esse Sangue de infinito valor: quem não se sentirá abrasado de amor a Jesus, que o derramou? Que seria de mim, se não fora remido por esse Sangue divino? Quem vos fez correr até à última gota das veias de meu Senhor? Ah! Foi certamente o amor. Ó amor imenso que nos deu este bálsamo tão salutar! Ó bálsamo inestimável, brotado da fonte de um amor imenso! Fazei, ah! Fazei que todos os corações, todas as línguas vos louvem, exaltem e agradeçam agora e sempre, até ao dia da eternidade.” (5)


“E Vós, Eterno Pai, que destinastes para Redentor do mundo vosso Filho unigênito e quisestes ser aplacado pelo seu sangue: suplico-Vos, concedei-me que, enquanto estiver aqui na terra, eu venere solenemente esse preço de nossa salvação, e seja por ele de tal modo livrado de todos os males da vida presente, que mereça gozar eternamente os seus frutos no céu.” (6) Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo e de Maria Santíssima. (*I 587.)


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1. Col. 2, 14.
2. Apoc. 1, 5.
3. Hebr. 12, 24.
4. Hebr. 9, 13.
5. Indulg. de 300 dias cada vez.
6. Or. festi. curr.


(Santo Afonso Maria de Ligório. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Primeiro: Desde o primeiro Domingo do Advento até Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 369-372.




quinta-feira, 14 de março de 2013


14 de março de 2013


DOS MANDAMENTOS QUE SE REFEREM AO PRÓXIMO


CAPÍTULO III



§ 1o - Do quarto Mandamento da Lei de Deus


399) Que nos ordena o quarto Mandamento: honrar pai e mãe?


O quarto Mandamento: honrar pai e mãe, ordena-nos respeitar o pai
 e a mãe, obedecer-lhes em tudo o que não é pecado, e auxiliá-los
 em suas necessidades espirituais e temporais.

400) Que nos proíbe o quarto Mandamento?

O quarto Mandamento proíbe-nos ofender os nossos pais com palavras,
 obras, ou de qualquer outra maneira.


401) Debaixo do nome de pai e de mãe, que mais pessoas
 compreende este Mandamento?

Debaixo do nome de pai e de mãe, este Mandamento também
 compreende todos os legítimos superiores tanto eclesiásticos
 como seculares, aos quais portanto devemos obedecer e respeitar.

402) De onde vem aos pais a autoridade de mandar nos filhos, e aos
 filhos a obrigação de lhes obedecer?



A autoridade que os pais têm de mandar nos filhos, e a obrigação
 que têm os filhos de obedecer, vêm-lhes de Deus que constituiu e
 ordenou a família, a fim de que nela o homem encontre os primeiros
meios necessários para o seu aperfeiçoamento material e espiritual.

403) Têm os pais deveres para com os filhos?

Os pais têm o dever de amar, cuidar e alimentar seus filhos, de prover
 à sua educação religiosa e civil, de dar-lhes o bom exemplo, de
 afastá-los das ocasiões de pecado, de corrigi-los nas suas faltas,
 e de auxiliá-los a abraçar o estado para o qual são chamados por Deus.

404) Deu-nos Deus o modelo da família perfeita?

Deus nos deu o modelo da família perfeita na Sagrada Família,
na qual Jesus Cristo viveu sujeito a Maria Santíssima e
 a São José até aos trinta anos, isto é, até quando começou a
 desempenhar a missão que o Padre Eterno Lhe confiara, de pregar o Evangelho.

405) Poderiam as famílias, se vivessem isoladamente uma das outras,
 prover a todas as suas necessidades materiais e morais?

Se as famílias vivessem isoladamente umas das outras, não poderiam
 prover às suas necessidades, e é necessário o que elas se unam em sociedade
 civil, a fim de se auxiliarem mutuamente, para o seu aperfeiçoamento e para sua
felicidade comum.

406) Que é a sociedade civil?

A sociedade civil é a reunião de muitas famílias, dependentes
da autoridade de um chefe, para se auxiliarem reciprocamente a
conseguir o mútuo aperfeiçoamento e a felicidade temporal

407) De onde vem à sociedade civil a autoridade que a governa?

A autoridade que governa a sociedade civil vem de Deus, que a quer
 constituída para o bem comum.

408) Há obrigação de respeitar a autoridade que governa a sociedade
civil e de lhe prestar obediência?


Sim, todos os que pertencem à sociedade civil, têm obrigação de
 respeitar a autoridade e de lhe obedecer, porque esta autoridade
 vem de Deus, e porque assim o exige o bem comum.

409) Devem respeitar-se todas as leis que são impostas pela
 autoridade civil?
Devem respeitar-se todas as leis que a autoridade
 civil impõe, desde que não sejam contrárias à Lei de Deus,
 pois esta é a ordem e o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

410) Além do respeito e da obediência às leis impostas pela
 autoridade, os que formam parte da sociedade civil têm mais alguns deveres?

Os que formam parte da sociedade civil, além da obrigação de
 respeitar e obedecer às leis, têm o dever de viver em
 harmonia e de procurar, segundo suas possibilidades, que a
sociedade seja virtuosa, pacífica, ordenada e próspera para o
 proveito comum, com vistas à salvação eterna dos indivíduos.



§ 2o - Do quinto Mandamento da Lei de Deus

411) Que nos proíbe o quinto Mandamento: não matar?

O quinto Mandamento: não matar, proíbe dar a morte ao próximo,
 nele bater ou feri-lo, ou causar qualquer outro dano no seu corpo,
por nós ou por meio de outrem. Proíbe também ofendê-lo com
palavras injuriosas e querer-lhe o mal. Neste Mandamento Deus proíbe
 ainda ao homem dai, a morte a si mesmo, isto é, o suicídio, e maior crime
 é matar crianças no aborto.

412) Por que é pecado grave matar o próximo?

Porque o que mata usurpa temerariamente o direito que só Deus tem
sobre a vida do homem; porque destrói a segurança da sociedade humana,
 e porque tira ao próximo a vida, que é o maior bem natural que ele tem neste mundo.

13) Haverá casos em que seja lícito matar o próximo?

É lícito tirar a vida do próximo: durante o combate em guerra justa;
 quando se executa por ordem da autoridade suprema a condenação à
 morte em castigo de algum crime; e finalmente quando se trata de necessária
e legítima defesa da vida, no momento de uma injusta agressão.
414) No quinto Mandamento proíbe também Deus fazer mal à vida espiritual do próximo?

Sim, Deus no quinto Mandamento proíbe também fazer mal à vida espiritual do
 próximo com o escândalo.


415) Que é o escândalo?

O escândalo é toda palavra, ação ou omissão, que é ocasião para
 os outros de cometerem pecados.


416) É pecado grave o escândalo?

O escândalo é um pecado grave, porque tende a destruir a maior
obra de Deus, que é a redenção, com a perda das almas: pois que
 ele dá ao próximo a morte da alma tirando-lhe a vida da graça, que
 é mais preciosa que a vida do corpo; e porque é causa de uma
 multidão de pecados. Por isso, Deus ameaça os escandalosos com os mais
 severos castigos.

417) Por que no quinto Mandamento Deus proíbe ao homem dar a morte
 a si mesmo, isto é, suicidar-se?

No quinto Mandamento Deus proíbe o suicídio, porque o homem não
 é senhor da sua vida, como o não é da dos outros. A Igreja, por seu lado,
castiga o suicida com a privação da sepultura eclesiástica.


418) É proibido no quinto Mandamento também o duelo?

Sim, o quinto Mandamento proíbe também o duelo, porque o duelo
 participa da malícia do suicídio e do homicídio, e fica excomungado
 todo o que voluntariamente nele toma parte, ainda que seja como simples espectador.

419) É também proibido o duelo, quando é excluído o perigo de morte?

Sim, é também proibido este duelo, porque não só não podemos
matar, mas nem sequer ferir voluntariamente a nós mesmos ou a outrem.


420) Pode a defesa da honra justificar o duelo?

Não. Porque é falso que no duelo se repare a ofensa, e porque não se
 pode reparar a honra com uma ação injusta, irracional e bárbara, qual é o duelo.


421) Que nos ordena o quinto Mandamento?

O quinto Mandamento ordena-nos que perdoemos aos nossos inimigos e
 queiramos bem a todos.

422) Que deve fazer quem danificou o próximo na vida do corpo,
ou na da alma?

Quem danificou o próximo, não basta que se confesse, mas
deve também reparar o mal que fez, compensando o próximo dos
 danos que lhe causou, retratando os erros que lhe ensinou, e dando-lhe bom exemplo.



§ 3o - Do 6o e do 9o Mandamentos da Lei de Deus

423) Que nos proíbe o sexto Mandamento: não pecar contra a castidade?

O sexto Mandamento: não pecar contra a castidade, proíbe qualquer
ação, palavra ou olhar contrários à santa pureza, e a infidelidade no matrimônio.


424) Que nos proíbe o nono Mandamento?

O nono Mandamento proíbe expressamente todo o desejo
 contrário à fidelidade que os cônjuges se juraram ao contrair
matrimônio; e proíbe também todo o pensamento culpável e todo
desejo de ação proibida pelo sexto Mandamento.

425) É um grande pecado a impureza?

É um pecado gravíssimo e abominável diante de Deus e dos homens;
 rebaixa o homem à condição dos irracionais, arrasta-o a muitos outros
 pecados e vícios, e provoca o, mais terríveis castigos de Deus nesta vida e na outra.

426) São pecados todos os pensamentos que nos vêm ao espírito contra a pureza?

Os pensamentos que nos vêm ao espírito contra ti pureza, por si mesmos
 não são pecados, mas antes tentações e incentivos ao pecado.

27) Quando são pecados os maus pensamentos?

Os maus pensamentos, ainda que não sejam seguidos de ação, são
 pecados, quando culpavelmente lhes damos motivo, ou neles
consentimos, ou nos expomos ao perigo próximo de neles consentir.

428) Que nos ordenam o sexto e o nono Mandamentos?

O sexto Mandamento ordena-nos que sejamos castos e modestos
 nas ações, nos olhares, no porte e nas palavras. O nono Mandamento
ordena-nos que sejamos castos e puros, ainda mesmo no nosso íntimo,
 isto é, na alma e no coração.

429) Que devemos fazer para observar o sexto e o nono Mandamentos?

Para bem observarmos o sexto e o nono Mandamentos, devemos invocar
 freqüentemente e de todo o coração a Deus, ser devotos de Maria Virgem,
 Mãe da pureza, lembrar-nos de que Deus nos vê, pensar na morte,
 nos castigos divinos, na Paixão de Jesus Cristo, guardar os nossos sentidos, praticar
 a mortificação cristã, e freqüentar os sacramentos com as devidas disposições.

43O) Que devemos evitar para nos conservarmos castos?

Para nos conservarmos castos, devemos evitar a ociosidade, os maus companheiros,
as más leituras, a intemperança, o olhar para figuras indecentes, os espetáculos
licenciosos, os bailes, as conversas e diversões perigosas, bem como todas
 as demais ocasiões de pecado.


§ 4o - Do sétimo Mandamento da Lei de Deus 


431) Que nos proíbe o sétimo Mandamento: não furtar?


O sétimo Mandamento: não furtar, proíbe tirar ou reter injustamente
 as coisas alheias, e causar dano ao próximo nos seus bens de qualquer outro modo.


432) Que quer dizer furtar?

Furtar quer dizer: tirar injustamente as coisas alheias contra a vontade
do dono, quando ele tem toda a razão e todo o direito de não querer ser
 privado do que lhe pertence.

433) Por que se proíbe o furtar?

Porque se peca contra a justiça, e se faz injúria ao próximo, tirando

 e retendo,contra o seu direito e contra a sua vontade, o que lhe pertence.

434) Que são as coisas alheias?

São todas as coisas que pertencem ao próximo, das quais tem a
 propriedade ou o uso, ou simplesmente as tem em depósito.
435) De quantos modos se tiram injustamente as coisas alheias?

De dois modos: com o furto e com o roubo.


436) Como se comete o furto?

Comete-se o furto tirando ocultamente as coisas alheias.

437) Como se comete o roubo?

Comete-se o roubo tirando com violência ou manifestamente as
 coisas alheias.

438) Em que casos se podem tirar as coisas alheias, sem cometer pecado?


Quando o dono se não opõe, ou então, quando se opõe injustamente,
como aconteceria se alguém estivesse em extrema necessidade,
contanto, que tirasse só o que lhe é estritamente necessário para suprir
 à necessidade urgente e extrema.


Prejudica-se também com a fraude, com a usura e com outra qualquer
injustiça contra os seus bens.438) Em que casos se podem tirar as 
coisas alheias, sem cometer pecado?
Quando o dono se não opõe, ou então, quando se opõe injustamente,
 como aconteceria se alguém estivesse em extrema necessidade, contanto, 
que tirasse só o que lhe é estritamente necessário para suprir à necessidade 

urgente e extrema.
439) È só com o furto e com o roubo que se prejudica o próximo 
nos seus bens?
Prejudica-se também com a fraude, com a usura e com outra qualquer 
injustiça contra os seus bens.


44O. Como se comete a fraude?


Comete-se a fraude enganando o próximo no comércio com pesos,
medidas ou moedas falsas, ou com gêneros deteriorados; falsificando
 escrituras e documentos; em suma, fazendo falsidades nas compras,
nas vendas ou em qualquer outro contrato, e ainda quando se não quer
 dar o preço justo ou o preço combinado.

441) De que modo se comete a usura?

Comete-se a usura exigindo sem titulo legítimo um juro ilícito por uma
 quantia emprestada, abusando da necessidade ou da ignorância do próximo.

442) Que outras injustiças se cometem contra os bens do próximo?

São injustiças fazê-lo perder injustamente o que tem, danificá-lo nas suas
 propriedades, não trabalhar como se deve, não pagar, por malícia, as dívidas
 e mercadorias compradas, ferir ou matar os animais do próximo, estragar ou
 deixar estragar-se o que se tem em depósito, impedir alguém de auferir
um lucro justo, auxiliar os ladrões, e receber, esconder ou comprar as coisas roubadas.

443) É pecado grave roubar?

É um pecado grave contra a justiça quando se trata de matéria grave,
porque é de suma importância que seja respeitado o direito que cada um
 tem sobre os próprios bens, e isto para bem dos indivíduos, das famílias e da sociedade.

444) Quando é grave a matéria do furto?

É grave quando se tira coisa importante, e ainda quando, ?tirando-se
 coisa de pouca monta, o próximo sofre com isso grave dano.

445) Que nos ordena o sétimo Mandamento?

O sétimo Mandamento ordena-nos que respeitemos as coisas alheias,
 que paguemos o justo salário aos operários, e que observemos a
justiça em tudo o que se refere à propriedade alheia.

446) Quem pecou contra o sétimo Mandamento, basta que se confesse disso?


Quem pecou contra o sétimo Mandamento, não basta que se confesse,
mas é necessário que faça o que puder para restituir as coisas alheias
 e reparar os danos causados ao próximo.


447) Que é a reparação dos danos causados?

A reparação dos danos causados é a compensação que se deve dar
 ao próximo pelos frutos e lucros perdidos por causa do furto e das
 outras injustiças cometidas em seu prejuízo.


448) A quem se devem restituir as coisas roubadas?

Àquele a quem se roubaram; aos seus herdeiros, se já tiver morrido;
 e se isso for verdadeiramente impossível. deve-se dar o seu valor aos
 pobres e a obras pias.

449) Que se deve fazer, quando se acha alguma coisa de grande valor?

Deve-se empregar grande diligência para achar o dono, e restituir-lhe fielmente.

§ 5o - Do oitavo Mandamento da Lei de Deus

450) Que nos proíbe o oitavo Mandamento: não levantar falso testemunho?

O oitavo Mandamento: não levantar falso testemunho, proíbe-nos atestar
 falsidade em juízo; proíbe também a detração ou murmuração, a calúnia,
a adulação, o juízo e a suspeita temerários, e toda espécie de mentiras.

451) Que é a detração ou murmuração?


A detração ou murmuração é um pecado que consiste em manifestar,
sem justo motivo, os pecados ou defeitos alheios.

452) Que é a calúnia?

A calúnia é um pecado que consiste em atribuir maliciosamente ao próximo
 culpas e defeitos que não tem.


453) Que é a adulação?

A adulação é um pecado que consiste em enganar urna pessoa, dizendo-lhe

 falsamente bem dela mesma ou de outra, com o fim de tirar daí algum proveito.

454) Que é o juízo ou suspeita temerária?


O juízo ou suspeita temerária é um pecado que consiste em julgar ou
 suspeitar mal dos outros, sem justo fundamento.

455) Que é a mentira?

A mentira é um pecado que consiste em afirmar como verdadeiro ou
como falso, por meio de palavras ou de ações, o que se julga não ser assim.

456) De quantas espécies é a mentira?
A mentira é de três espécies: jocosa, oficiosa e nociva.

457) Que é a mentira jocosa?

Mentira jocosa é aquela pela qual se mente por gracejo e sem prejuízo para ninguém.

458) Que é a mentira oficiosa?


Mentira oficiosa é a afirmação de urna falsidade para utilidade própria
 ou alheia, sem prejuízo para ninguém.

459) Que é a mentira nociva?

Mentira nociva é a afirmação de uma falsidade com prejuízo do próximo.

460) É lícito alguma vez mentir?

Nunca é lícito mentir nem por gracejo, nem para proveito próprio ou
 alheio, porque é coisa má por si mesma.

461) Que pecado é a mentira?
A mentira, quando é jocosa ou oficiosa, é pecado venial; mas, quando
 é nociva, é pecado mortal, se o prejuízo que causa é grave.

462) É necessário dizer sempre tudo conforme se pensa?

Não. Nem sempre é necessário, especialmente quando quem pergunta
não tem o direito de saber o que pergunta.

463) Quem pecou contra o oitavo Mandamento, basta que se confesse?

Quem pecou contra o oitavo Mandamento, não basta que confesse o seu
pecado, mas é também obrigado a retratar tudo o que disse caluniando
o próximo, e a reparar, do melhor modo que possa, os danos que lhe causou.

464) Que nos ordena o oitavo Mandamento?


O oitavo Mandamento ordena-nos que digamos oportunamente a verdade,
e que interpretemos em bom sentido, tanto quanto pudermos, as ações do nosso próximo.

 6o - Do décimo Mandamento da Lei de Deus 


465) Que nos proíbe o décimo Mandamento: não cobiçar as coisas alheias?


O décimo Mandamento: não cobiçar as coisas alheias, proíbe o desejo de
 privar o próximo dos seus bens, e o desejo de adquirir bens por meios injustos.


466) Por que Deus proíbe o desejo dos bens alheios?


Deus proíbe-nos o desejo dos bens alheios, porque Ele quer que nós,
 até interiormente, sejamos justos, e nos conservemos cada vez mais afastados
 das ações injustas.


467) Que nos ordena o décimo Mandamento?


O décimo Mandamento ordena-nos que nos contentemos com o estado
em que Deus nos colocou, e que soframos com paciência a pobreza, quando
 Deus nos queira neste estado.
468) Como pode o cristão estar contente na pobreza?

O cristão pode estar contente mesmo na pobreza, considerando que
 o maior de todos os bens é a consciência pura e tranqüila, que a nossa
verdadeira pátria é o céu, e que Jesus Cristo se fez pobre por amor de nós,
e prometeu um prêmio especial a todos aqueles que suportam com paciência a pobreza.