domingo, 30 de dezembro de 2012



Nosso Senhor nos pede que honremos em nós sua pobreza e a imitemos.
Estaríamos bem longe da perfeição se pensássemos que é a pobreza temporal que Ele nos pede. Jesus visa mais alto: quer-nos pobres de espírito.
E o que é a pobreza de espírito?
É o amor perfeito, é a alma da verdadeira humildade. Uma pessoa pobre de espírito, convencida de que nada possui e nada por si mesma, faz de sua própria pobreza o titulo mais precioso e poderoso sobre o coração de Deus. Quanto mais pobre, mais direito se tem á b bondade e misericórdia divinas. E notemos bem que quanto mais pobre se coloca em sua pobreza, mais se coloca em seu lugar natural. Somos nada, e, por conseguinte, nossa pobreza rende maior glória a Deus e o torna por assim dizer mais cheio de grandeza e de misericórdia!
Sim, eis onde Nosso Senhor encontra sua glória: em nossa pobreza que Lhe dá tudo, que Lhe faz homenagem de tudo.
Oh! Nosso Deus ama tanto os pobres de espírito que despoja os seus servos de tudo para fazê-los triunfar por sua própria pobreza.



Quando todos os nossos pensamentos e devoções se agregam e se concentram num só objeto, conduz-nos á mais alta virtude e destroem todos os obstáculos.
Tenhamos, portanto uma devoção concentrada e constante.
Diz-se que para corrigir um mau hábito, um vício enraizado, a alma deve começar por se observar, combater-se durante certo tempo antes de imprimir o movimento de ascensão para a virtude a ele oposta; uma vez encetado este movimento, caminha-se a largos passos.
O mesmo acontece quanto ao assunto de que tratamos.
Temos necessidade de um certo tempo para conseguir amar com um amor forte e esclarecido a devoção ao SSmo. Sacramento, mãe e rainha de todas as devoções; ela é o sol da piedade.
A devoção a Maria SSma. é boa, é excelente, mas deve tender, deve se referir á devoção para com a Eucaristia, como a própria Maria se entregou a Jesus Cristo. E é assim que, com muita razão, a Escritura a compara á lua, que recebe do sol toda a sua luz e a reverte a ele.





A adoração de Súplica de Maria Santíssima (parte II - Final)



II. Os adoradores partilham da vida e da missão de súplica de Maria aos pés do Santíssimo Sacramento; é a mais bela das missões e não apresenta perigo. É, também, a mais santa, porque abrange o exercício de todas as virtudes; é mais necessária à Igreja, que tem maior necessidade de oração do que de pregadores, de homens de penitência do que de homens eloquentes.

Em nossos dias, mais do que nunca, necessitamos de homens que, pela própria imolação, desarmem a cólera de Deus, irritado contra os delitos sempre crescentes das nações; temos precisão de almas que, com suas súplicas, reabram os tesouros da graça, fechados pela indiferença geral; são necessários verdadeiros adoradores, quer dizer, homens de fogo e de sacrifício; quando estes forem numerosos em torno de seu Divino Chefe, Deus será glorificado, Jesus será amado, e as sociedades se tornarão cristãs, conquistadas a Jesus Cristo por meio do apostolado da oração eucarística.

III. O apostolado de Maria Santíssima consistia, além disso, na pregação muda, porém persuasiva, do respeito.
Tal pregação convém a todos e, uma alma desejosa de tornar a Eucaristia amada e conhecida, a ela se aplicará com grande empenho, em união com Maria; com que modéstia e reverência essa perfeita adoradora se conservava aos pés do Santíssimo Sacramento! Permanecia na atitude dos anjos perante a Majestade divina, e a ninguém dava atenção, compenetrada e absorta que estava, pela fé, na real Presença de Jesus. Ao se apresentar diante de Nosso Senhor, vinha sempre conveniente e religiosamente vestida, como para uma visita de cerimônia. Um traje negligente e um porte descuidado denotam falta de fé e desordem interior.

Aos pés de seu Deus, Maria permanecia, de joelhos o mais que podia; esta é a posição adotada pela Igreja para a adoração, é a homenagem do corpo, a humildade da fé; de joelhos aos pés de Jesus, é o lugar do amor. O respeito no lugar santo, mormente diante do Santíssimo Sacramento, deve ser a grande virtude pública dos adoradores. Este respeito é sua profissão solene de fé, e ao mesmo tempo, a graça de sua piedade e fervor, pois Deus sempre castiga as irreverências cometidas no santuário, por meio do enfraquecimento da fé e da privação das graças de piedade. Toda a pessoa que se mostrar irreverente ou pouco respeitosa diante de Nosso Senhor, não deve estranhar a aridez na oração; ainda é pouco, pois mereceria até mesmo ser vergonhosamente expulsa de sua presença, como um insensato.

Sejamos pois muito severos no tocante ao culto de respeito; conservemos a dignidade do porte e uma atitude religiosa, guardando um rigoroso silêncio e um perfeito recolhimento. Na Igreja, só devemos prestar atenção a Jesus Cristo; aí não se conhecem os amigos. Jesus é tudo: a corte não olha senão para o Rei e só a Ele rende vassalagem. À vista do religioso e profundo respeito dos adoradores, os mundanos serão obrigados a exclamar: Aqui deve haver alguma coisa de grande! Os fracos e tíbios se confundirão por sua tibieza e reconhecerão a Jesus Cristo: o exemplo é a lição régia da sabedoria e o apostolado mais fecundo

sábado, 29 de dezembro de 2012


Conceitos sobre a Paternidade de Deus


Muitas das pessoas não conhecem a Deus como Pai amoroso. Não o veem como alguém a quem amar, e em quem confiar, alguém digno da sua lealdade e compromisso absolutos. 
Quer a pessoa seja religiosa, quer não, numa ou noutra época todo o mundo pensa seriamente na questão de quem é Deus e de como ele é.
Muitos anseiam conhecer a Deus pessoalmente, porém o imaginam como um Ser remoto, impessoal, que não pode ser conhecido. Outros anseiam um relacionamento com ele, mas apegam-se ao conceito errado de que ele está sentado no céu anotando nossos pecados.
Uma experiência negativa na infância não é o único fator que nos frustra a compreensão de Deus como Pai. 
Muitos experimentam um bloqueio emocional ou mental quando tentam chamar Deus de “pai”, pois não o conhecem pessoalmente. 
Há diferença entre saber a respeito de Deus e conhecê-lo pessoalmente. 
Algumas de nossas dificuldades mais comuns para compreender o imensurável amor de Deus são as feridas emocionais. Muitas vezes, essas feridas produzem cicatrizes que nos fazem hesitar em confiar inteiramente nele como Pai.
Deus anseia por renovar-nos e restaurar-nos mediante o poder curador do seu amor. 

O coração de Deus
O coração paterno de Deus descreve o elemento fundamental que caracteriza o que Ele é. 
Jesus descreve Deus nas Escrituras como o Pai misericordioso, perdoador, bondoso e amoroso. Jesus demonstrou mediante a sua vida a própria natureza do Pai celeste.
Deus não é um ser finito como nós, todavia deu-se a conhecer a nós de maneira tão clara, tão compreensível, que podemos saber como ele é. "Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito,que está junto do Pai, o tornou conhecido" Jo1,18.
"Quem me vê, vê o Pai" (Jo 14.9). Jesus é Deus em forma humana. Na Palavra encontramos muitos exemplos de como Jesus revelou o Pai para nós. 
Um desses exemplos refere-se à passagem em que algumas mães desejavam que Jesus abençoasse os filhos, mas os discípulos acharam que ele estava ocupado demais, era importante demais para ser perturbado. 
Jesus, porém, repreendeu os discípulos e lhes disse que trouxessem a ele as crianças. Ele tomou os pequeninos nos braços e conversou com eles.
Jesus arranjou tempo para as crianças, teve tempo para ouvir as histórias e brincadeiras delas. Nem se importou de sujar-se quando as crianças, de nariz escorrendo e tudo mais, sentaram no seu colo. Quando vemos que Jesus teve tempo para as criancinhas, aprendemos que Deus tem tempo para as pessoas. Ele se importa até com as pequenas coisas da vida. É paciente. Deus-Pai se parece com seu Filho.
Certa tarde Jesus parou para falar com uma mulher samaritana, perto de um poço. Naquela época o povo judeu odiava e desprezava os samaritanos. As mulheres eram consideradas pessoas de segunda categoria e incapazes de compreender verdades espirituais.
Jesus elevou essa mulher a uma posição de igualdade e valor pelo simples fato de ter rompido um costume social e falado com ela publicamente. Ao fazê-lo, revelou algo mais de como é Deus. 
Ao discutir as necessidades espirituais diretamente com a própria mulher, Jesus comprovou o seu interesse pessoal por ela e ainda demonstrou que Deus-Pai se importa com os homens e com as mulheres de forma igual.


Essa mulher não apenas era samaritana, mas também imoral. Jesus sabia disso, mas não se sentiu constrangido, tampouco envergonhado, em ser visto com ela. 


Na verdade, ele queria conversar com a mulher. Foi por esta razão que ele viajou através de Samaria: arranjar tempo para demonstrar amor verdadeiro a essa mulher, conhecida por seus casos amorosos. 


Jesus viu além da dureza exterior, do sarcasmo a respeito da religião. Viu o coração dela. Viu que ela ansiava por algo que preenchesse o vazio interior. Sentiu a necessidade dela de ser amada, de ser protegida, de ser alguém especial.


Por sua vez, a mulher recebeu o amor de Cristo porque Ele a ajudou a “ver” a Deus de um modo como nunca vira antes. Jesus veio por isto: para revelar-nos Deus e levar-nos a Ele.


Já me perguntei muitas vezes por que Deus determinou que entrássemos neste mundo como bebês indefesos. Ele poderia ter criado um sistema reprodutivo que produzisse pessoas fisicamente completas, como Adão e Eva. 


Em vez disso, optou por criar-nos como seres em formação, pessoas que cresceriam devagar, tanto física quanto emocional e mentalmente, e com o tempo se tornariam adultos.

Acredito que Deus planejou nosso início de vida como bebês totalmente dependentes e vulneráveis porque pretendia que a família fosse o ambiente em que o seu amor seria modelado, para que as crianças crescessem sentindo-se compreendidas, amadas e aceitas. 


Nutrida nesse ambiente de amor e segurança, a criança poderia desenvolver uma auto-estima sadia, baseada em Deus, e ver a si mesma como um ser desejado, importante, valioso e bom.


Infelizmente, muitos lares não atingem esse ideal. Inúmeras pessoas sofrem mágoas e rejeição da família e não têm uma genuína figura paterna com quem se identificar. Tais experiências as impedem de conhecer a Deus como ele realmente é, negando-lhes a alegria de desfrutar intimidade verdadeira com ele.


Relaciono, a seguir, sete diferentes áreas de conceitos errados a respeito de Deus que, com freqüência, têm origem na infância. Por estima à clareza, farei referência quase que exclusivamente às qualidades paternais divinas.
Autoridade



Quando o cachorro da família vem recebê-lo no momento em que você chega à casa de um amigo, é possível às vezes discernir o modo pelo qual o animal é tratado. 


O cão comum ou foge tremendo de medo ou cobre você com uma demonstração indesejável de afeição expressa com a língua, a cauda e as patas sujas! O animal amedrontado, que não pode ser persuadido a confiar em você, provavelmente tem sido maltratado. 


O exuberante cãozinho que o surpreende com uma lambida no rosto provavelmente veio de um laramoroso. Com freqüência, nós nos aproximamos do nosso Deus de maneira semelhante. 


As experiências passadas intensificam nossas reações, quando ele tenta chegar até nós. O que gera desconfiança na área de autoridade?


A porta do quarto se abre com um estrondo. No meio da noite, certo garotinho é acordado aos tapas por um bêbado enraivecido. Aterrorizada, a criança grita enquanto o vulto escuro e gigantesco de um homem a quem chama de "papai" bate nela sem piedade.


Uma prostituta de 15 anos de idade fixa o olhar no vazio enquanto mecanicamente suporta mais uma noite de degradação. Pouco se importa com o que lhe acontece. Ela não se sente limpa desde anoite em que foi molestada pelo próprio pai.


Nós, a exemplo do cãozinho amedrontado, às vezes fugimos da autoridade do nosso Pai celeste porque imaginamos que será como as outras figuras de autoridade em nossa vida. Não será. Ele é perfeito amor. É ele quem ordena: "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor" (Ef 6,4).



Confiança

Na infância pode ser que você não tivesse como saber o que é ter pai, seja por causa de morte, seja em razão de um divórcio. Talvez tenha sido relegado à "orfandade" pelas exigências das carreiras dos pais.


Agora, como filho de Deus, para você é difícil não duvidar da fidelidade dele. Não consegue apagar as recordações infantis de promessas desfeitas e do abandono. Talvez você só raramente sinta a presença de Deus e fique inclinado a aproximar-se dele com cinismo e desconfiança.


Entretanto, seu Pai celeste estava presente quando você dava os primeiros passos como criança. Ele presenciou as mágoas e desapontamentos de sua adolescência e, neste instante, está presentecom você.


Por breve tempo você foi emprestado a pais humanos que durante alguns anos deveriam ter-lhe dado amor semelhante ao amor de Deus. 


A intenção divina era que o cuidado e a segurança de um bom lar o preparassem para o amor dele. Se a família falhou no desempenho dessa responsabilidade, você precisa reconhecer esse fato, perdoar-lhe e prosseguir a fim de receber o amor de Deus. Ele o aguarda agora mesmo com braços estendidos.
Deus é o único Pai que jamais falhará conosco. Como diz 2 Timóteo 2,13: "Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo".


Valores

Anos atrás um amigo meu, que visitava casas no interior, passou algum tempo observando as crianças brincar. Mais tarde, ele me disse que essas crianças raramente ouviam palavras como: "Não toque nisso!", "Deixe isso aí!" ou "Tenha cuidado!". 


Os lares eram simples, consistindo em chão de terra batida, teto e paredes de esteiras. Em comparação, nossos lares modernos estão cheios de bugigangas caras, frágeis, e de aparelhos que representam campos minados de rejeição potencial a pequenos curiosos. 


Quantas mães não explodiram de raiva diante de uma criança que despedaçou um vaso ou um bibelô! As crianças ouvem constantemente palavras sobre a importância e o valor das coisas. No entanto, muito poucas vezes ouvem um simples: — Eu te amo!




Uma espécie de slogan, ou bordão repetitivo e destrutivo, vai cavando seu caminho no subconsciente das crianças: "As coisas são mais importantes do que eu. 


As coisas são mais importantes do que eu!'. Não estou sugerindo que abandonemos nossos lares, mas que precisamos perceber a possibilidade de nossa noção da generosidade de Deus ter sido violentada por nossas experiências na infância. 


Podemos ser forçados a alterar radicalmente as prioridades de modo que possamos comunicar o amor de Deus aos nossos filhos.


Os valores de Deus diferem significativamente dos nossos. A criação exibe extravagância de cores e complexidade de formas que transcendem o simples valor funcional. Uma pequena flor branca,beijada pela luz do sol alpino da Itália, tem significado para Deus, ainda que jamais tenha sido vista pelo olho humano.


A mesma flor pode não ter valor econômico; apesar disso, foi criada por Deus na esperança de que um dia um de seus filhos pudesse olhá-la e receber a bênção dessa beleza.


A maior demonstração de amor do coração paterno de Deus revela-se na sua atenção aos detalhes de nossa vida. Ele anseia por nos surpreender com os "extras", aqueles pequenos prazeres e tesouros que somente um pai saberia que desejamos.


Deus não é avarento, possessivo, nem materialista. Somos nós que, com freqüência, usamos as pessoas como se fossem objetos; ele usa os objetos para abençoar as pessoas. Deus manifesta a sua generosidade mediante dádivas mais importantes do que meras coisas materiais. Graciosamente, ele nos dá o que não pode ser tocado nem tem preço: o perdão, a misericórdia e o amor.


Afeição

Quando uma mãe vê seu filhinho coberto de lama, ela o apanha e o lava com a mangueira do jardim. Rejeita a lama, não rejeita seu filho. 


Sim, nós pecamos. Realmente, quebramos o coração de Deus. Contudo, ainda somos o centro da atenção e do afeto divinos — a menina-dos-olhos de Deus. 


É ele quem nos procura para conceder-nos perdão e amor. Nós dizemos: "Encontrei o Senhor", mas na verdade foi ele que, depois de intensa busca, nos encontrou primeiro.


Muitas crianças, principalmente os meninos, recebem pouquíssimo afeto físico da parte dos pais e, quando sofrem, não lhes é demonstrada nenhuma compaixão verdadeira. 


Por conta do falso conceito de masculinidade em nossa sociedade, é comum os meninos ouvirem: "Não chore, filho; homem não chora". 


Entretanto, o amor de Deus cura os ferimentos de meninos e meninas da mesma maneira. Sendo nosso Pai, Deus sente nossa dor muito mais profundamente do que nós mesmos, pois a sensibilidade dele ao sofrimento é muito maior do que a nossa.


A maioria das pessoas tenta esquecer os momentos mais dolorosos da vida, mas Deus não. Ele se lembra de tudo, e muito bem. Deus estava lá quando você sofreu aquele vexame cruel no pátio daescola, ao ser perseguido pelos colegas, chegando mesmo a fugir para casa sozinho, evitando o olhar dos outros garotos.


Deus estava lá naquela aula de matemática em que você se sentiu confuso e infeliz. Quando você se perdeu com 4 anos de idade e perambulou aterrorizado pela multidão, foi ele quem moveu o coração daquela bondosa senhora que o ajudou a encontrar sua mãe. "Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor; tirei do seu pescoço o jugo e me inclinei para alimentá-los" (Os 11,4).


Às vezes não entendemos como Deus pode ser verdadeiramente um Pai amoroso. Os pais podem exibir orgulhosos suas fotos no álbum, mas como se compara isso com a capacidade infinita deDeus de experimentar tanta satisfação e prazer que extravasam com todos os seus sucessos? 

Deus o ouviu pronunciar sua primeira palavra. Ele observava você com gosto enquanto gastava horas sozinho explorando novas texturas com as mãozinhas de bebê. Deus considera um tesouro as recordações de suas risadas infantis. Nunca houve outra criança como você e jamais haverá.


Moisés certa vez invocou uma bênção sobre cada tribo de Israel. A uma delas ele disse: "Que o amado do SENHOR descanse nele em segurança, pois ele o protege o tempo inteiro, e aquele a quem o SENHOR ama descansa nos seus braços" (Dt 33,12).


É aí que você habita também. Seja lá o que se tomará aos olhos dos homens — pessoa de grande autoridade, fama ou renome — , você jamais deixará de ser nada mais, nada menos do que uma criança nos braços de Deus.


Presença

Há um atributo de Deus que nem mesmo o melhor pai pode esperar imitar — a capacidade divina de estar conosco o tempo todo. Os pais humanos simplesmente não podem dar aos filhos toda a atenção 24 horas por dia. 


No entanto, Deus é diferente. Ele não apenas está com você o tempo todo, mas também lhe dá atenção de forma individual: "Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês" (1Pe 5,7).


Não raro seus pais se preocupavam com as próprias atividades e, com isso, não podiam interessar-se pelos acontecimentos de menor importância que diziam respeito a você. Deus, todavia, não é assim. É um Deus minucioso.


Ele até enumerou os fios de cabelo de sua cabeça. Por quê? Não é porque esteja interessado em matemática abstrata; esse comentário bíblico simplesmente ilustra um quadro de como ele sabe muitíssimo bem todas as coisas, bem como quão cuidadoso é a respeito de nossa vida.


Certo garotinho passou a tarde inteira martelando pregos em alguns restos de madeira. Enfim, saiu da garagem e mostrou à mãe um navio de guerra de três andares. Não via a hora de o pai chegar a casa. Papai estava atrasado. 


Então, às 18h30 um homem cansado e preocupado chegou. Um jantar frio o aguardava. Havia consertos a serem feitos. 


O menino entusiasmado, cheio de orgulho, tentou mostrar sua obra-prima para um pai que mal conseguia tirar os olhos da calculadora. Papai não olhou, mas Deus olhou. Deus sempre olha, sempre tem prazer no trabalho das mãos dos meninos.


Deus é, e sempre será nosso Pai verdadeiro. Procure não se ressentir das falhas dos pais terrenos, pois eles não passam de crianças que cresceram e vieram a ter crianças também. Em vez disso, deleite-se no maravilhoso amor do seu Deus e Pai.


Aceitação

Vivemos em uma sociedade voltada para o desempenho. Muitos pais passam aos filhos a mensagem do tipo: se você conseguir entrar para o time de futebol da escola, se você trouxer para casa boletins com boas notas, se você tiver boa aparência, então sim, você será aceito e "amado". 


Nosso Deus, porém, nos ama com amor incondicional. Nosso Pai celestial nos ama porque é amor.Embora não precisemos fazer nada para convencê-lo a nos amar, devemos receber seu amor. 


Isso não significa que, antes de qualquer coisa, tenhamos de nos tornar santos para que só depois Ele possa nos amar. O que Deus quer é que nos aproximemos Dele com honestidade e sinceridade, sem medo de mostrar-nos como estamos.



Muitas pessoas julgam difícil aceitar o amor de Deus. Um verdadeiro relacionamento de amor exige, contudo, o ato de dar e receber amor. 


Imagine como eu me sentiria se, em um impulso repentino, decidisse comprar um presente para um amigo, mas quando o entregasse a ele, e lhe dissesse: "Eu te amo", ele corresse para pegar dinheiro a fim de me reembolsar pelo presente! 


Certamente eu ficaria magoado e desapontado. Tudo o que desejo saber é se ele sente a mesma coisa por mim.


Qual é sua resposta a Deus quando ele lhe diz que o ama, apesar de tudo? Será que você consegue receber o amor de Deus sem começar uma atividade frenética para merecer a aprovação dele?


Um dos mais lindos quadros que retratam a satisfação plena é o do bebê adormecido nos braços da mãe, depois de ter sido amamentado no seio materno.


A criancinha já não chora nem reclama, apenas descansa no abraço amoroso. Um profundo sentimento de paz permeia a melodia da canção de ninar que as mães entoam em ocasiões assim. 

Na Palavra, o profeta Sofonias descreve emoção semelhante, existente no coração de Deus com relação a nós:


"O Senhor teu Deus está no meio de ti como herói Salvador! Ele anda em transportes de alegria por causa de ti, e te renova seu amor. Ele exulta de alegria a teu respeito ." (Sofonias 3,17)

Deus-Pai o ama exatamente como você é!


Durante toda a vida você tem sido obrigado a mostrar resultados e a competir. Mesmo quando não passava de um bebê, você já era comparado com outras criancinhas. As pessoas diziam que você era "muito gordinho" ou "muito magrinho", tinha "as perninhas de fulano" ou "o narizinho de beltrano". Entretanto, Deus se deliciava com o fato de você ser a pessoa sem igual que é, e ele ainda se delicia.


Comunicação

Uma tarefa difícil é a comunicação aberta e amorosa, sobretudo para os pais. No entanto, Deus comunica o seu amor por nós de maneira claríssima. 


Na verdade, ele nos ama tanto que "deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterná' (Jo 3,16).


Certa jovem me disse que não conseguia falar com Deus. Parecia-lhe que as palavras batiam em uma muralha de pedra. Não se lembrava de uma única vez em que Deus houvesse respondido a uma oração dela. Enquanto conversávamos, percebeu que costumava retratar a Deus como se ele fosse seu pai terreno, um homem bom e honesto, mas quieto e tímido. 


Ele jamais dissera aos filhos que os amava e raramente conversava com eles. Ao admitir que o pai havia sido fraco e falhara ao educá-la, a jovem foi capaz de perdoá-lo e, enfim, de aceitá-lo como ele era. Esse reconhecimento deu início a uma dimensão inteiramente nova no relacionamento dela com Deus. Ela dispunha de mais fé ao rezar porque entendeu que Ele a ouvia. Logo veio a sentir a orientação divina, a presença de Deus em sua vida.


Se você acredita ter sido prejudicado em seu relacionamento com Deus por causa de uma carência, quer em uma área do amor paterno, quer materno, diga ao Senhor como você se sente e peça-lhe ajuda. Você precisa decidir por si mesmo que vai perdoar a quem o magoou, seja lá quem for. Se não perdoar, a amargura vai consumi-lo, e você não vai encontrar paz com Deus.


Do mesmo modo, entenda que você não está sozinho. Jamais encontrei uma pessoa perfeita... nem um pai nem mãe que nunca tivessem cometido erros. Todos já sofreram um tipo ou outro de mágoa. O importante é que você comece a conhecer a Deus pelo que Ele realmente é — e o conceito que temos dele com freqüência é bem diferente da realidade.

Somente Deus é o Pai perfeito. Ele sempre disciplina em amor. É fiel, generoso, bondoso e justo, e almeja passar bastante tempo com você. Seu Pai celeste quer que você receba o Seu Amor e saiba que você é especial e singular aos olhos dele. 


Faça a experiencia agora! Deixe-se amar por este Deus tão desejoso e dar-lhe todo o amor que você necessita. Ninguém pode substituir a figura do seu pai ou mãe terrenos, mas Deus é capaz de suprir essa necessidade do seu coração. Por isso abra-se a esse amor e você descobrirá como é belo o amor do nosso Pai do Céu.


BLOG: FILHOS DA MISERICÓRDIA

 


A NECESSIDADE DE DEUS POR NÓS: Grande mistério de amor



Hoje comecei a meditar sobre a necessidade de nossa alma por Deus.Acima de tudo, estou convencido da necessidade irrevogável e sem fuga, de cada coração humano, por Deus.Não importa como tentamos escapar, ou nos perder em buscas agitadas, não podemos nos separar da nossa origem divina. Não há substituto para Deus em nosso coração. 



No entanto, voltei meu pensamento ao desejo de Deus por nós. Pensei que se Deus nos deseja, há em Deus uma necessidade que o impele a nos amar. Mas que necessidade haverá em Deus, visto ser Ele a plenitude?

Acaso falta algo em Deus para que este nos deseje tanto assim? Vejo que esta "necessidade" de Deus por nós não é uma necessidade efetiva, ou seja, uma necessidade de algo que lhe faltando o faça incompleto ou infeliz, mas uma necessidade afetiva, provinda do Amor puro e Eterno que Deus nutre por nós.


Há um salmo especial que fala muito a meu coração sobre isso, que é o salmo 8, que diz:

"Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste,que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste:ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!"


De fato Deus é magnífico. E nós? O que somos nós? Somos tão ingratos que muitas vezes esquecemos de como Deus é misericordioso para conosco. Ao criar a humanidade, Deus gerou em si uma "necessidade". Porque sendo amor, movimenta-se na direção do outro. Quem ama faz o outro importante, dá ao outro o estatuto de legitimador da felicidade plena. Só se é feliz completamente se o objeto de amor, inteiro, integra-se.

O que Deus faz ao criar a pessoa humana como pessoa livre é exatamente movimentar-se amorosamente: faz do outro tão importante (necessário) que faz falta. A criação da humanidade é a invenção Divina de um outro sujeito de afetação. 


O que a pessoa humana faz, o jeito como vive, a maneira como reage diante da vida, mas principalmente, o que faz com a sua liberdade de dar as costas ou voltar-se ao divino, afeta o coração de Deus: ira-se, entristece-se, arrepende-se, compadece-se. As más escolhas humanas o incomodam. Deus aceitou, ao criar-nos, a possibilidade do “mal estar”, na mesma intensidade que o alternativo deleite de ser amado exclusivamente.



O amor, aprendemos com Deus na história bíblica, é uma aposta contra si mesmo, porque o amor faz o outro livre – único amor que sacia a alma amante. O outro se torna, no amor criativo, um outro imprevisível.



Insisto, ao criar a humanidade, apenas por amor, Deus criou uma "necessidade". A sua única necessidade. Espantoso: Deus precisa do homem!? Não como fundamento, Deus não se faz menos nem mais Deus a partir de mim, ou seja, para ele ser Deus sou absolutamente dispensável. Para ele agir como Deus, sou completamente desnecessário. Mas para que o seu ato criativo seja feliz, Deus aceitou fazer-me necessário.
Aconteceu na criação humana o mais desgastante gesto divino de amar. Humilhou-se ao risco de criar um ser tão amado e livre que se tornou sua única necessidade. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16)



Como diz Bento XVI em sua encíclica "Deus Caritas est" em Deus há também o amor Eros, amor de desejo pelo ser humano, juntamente com o Amor Ágape, amor gratuito,desinteressado.


Em continuidade com esse dado antropológico do eros que floresce em agape, Deus vem a nós em Jesus, como amigo, dando sua vida por nós, como a maior prova de amor, e fundando uma amizade estável entre todos os humanos. Jesus homem ama-nos humanamente e convida-nos a nos amarmos uns aos outros como ele mesmo nos amou. 




E foi na Encarnação que Deus mais se humilhou por amor. Não é a Encarnação do Verbo uma prova da necessidade de Deus por nós ao ponto de descer, fazer-se Homem para buscar cada ser humano perdido pelo pecado? Ah gratuidade de Deus! Ah BENDITA necessidade de Deus que nos salvou. 
Sim, Deus nos ama com Amor de necessidade. Respondamos a este amor dando-lhe nosso fraco e pequeno amor, pois como diz São João da Cruz, Amor só se paga com Amor.

BLOG: FILHOS DA MISERICÓRDIA






Existe um amor que sobrepuja todos os outros, de beleza indescritível, forte e dominante, que o autor de Cântico dos cânticos louva: "Quão formosa e quão aprasível és, ó amor em delícias" (Cant 7, 7). É este o amor que Jesus concede à alma esposa, e é este o amor da alma sincera por Jesus. É inacreditável e maravilhoso que haja tal amor, que Jesus possa nos amar tanto!


Em nossa mente fria e calculista, é mais fácil compreender que Ele tenha vindo como Redentor, porque nós, criaturas corrompidas pelo pecado, precisamos de um Redentor, e é natural que lhe agradeçamos por isto. Sabemos, também, que Ele veio como médico para curar as enfermidades da nossa alma e do nosso corpo.




Revelou-se, ainda, como o Rei dos reis, o Senhor de todas as hostes de querubins e de bilhões de anjos, o Soberano, vestido de majestade e poder divino, cujo mandato demônios fogem e as forças da natureza se submetem. Por todas estas coisas os povos de todos os tempos têm feito ouvir a sua gratidão, sua adoração, louvor e honra a Jesus, seu Redentor, Salvador, Senhor e Rei.
Fica além de nossa compreenção, porém, que Ele queira ser não apenas Rei, Senhor, Redentor e Salvador, mas Esposo de almas tão pecadoras. Está além da nossa imaginação que Ele mesmo queira atar os elos de amor com a alma ferida pelo pecado, como fazia com Israel, o seu povo escolhido, ao dizer: "Eu te desposarei para sempre, eu te desposarei na justiça e no direito, no amor e na ternura. Eu te desposarei na fidelidade" (Os 2, 21-22). 



Jesus, o Cordeiro, quer unir-se à sua Esposa, à Noiva do Cordeiro. Ele quer firmar os laços de amor com cada uma daquelas almas por quem Ele se entregou. Este elo, no entanto, pressupõe amor total e mútuo.



Aquele que nos amou e nos ama tanto, quer possuir-nos completamente, e agora o seu amor pede que nos rendamos a Ele, junto com tudo que somos e temos, para que Ele possa ser o nosso "primeiro amor". Se lhe oferecermos algo menor do que este "primeiro amor", que comporta dar-se inteiramente, se lhe oferecermos algo secundário e não o amor que tem prioridade sobre todos os outros interesses da nossa vida, Ele não o poderá aceitar.
Enquanto o nosso amor por Ele estiver dividido, enquanto permanecermos presos às criaturas, Ele não compreenderá nossa linguagem, uma vez que o único amor que Ele entende é aquele que se entrega plenamente, sem medidas, até a última consequência. 
O amor que o Amado espera de sua esposa é aquele representado pelo relacionamento de uma noiva com seu noivo, isto é, um amor afetivo, atencioso, fiel, terno. Um amor exclusivo, que coloca o Amado sobre todos os outros amores e interesses, que lhe dá o primeiro lugar e que está sempre em busca de demonstrar este amor com incansáveis manifestações de carinho e afeto.


Jesus tem o direito de fazer essa exigência, porque não há outro como Ele. Ninguém é tão cheio de glória, de beleza real, de semblante encantador, como Ele. Ninguém deu a vida por nós, a não ser Ele. Seu amor é tão dominante, tão carinhoso, tão íntimo, tão vivo e forte, que nenhum outro amor lhe pode ser comparado. Ninguém ama tão exclusivamente e se dá com tanta fidelidade e cuidado como Jesus. 



Ele sabe o que nos pode condecer com o seu amor, ele sabe como pode tornar feliz uma alma humana, e é por isso que Ele tem mil vezes mais direito para dizer: "Quero tudo, quero seu corpo e seu afeto, quero seu sorriso e sua vida, quero todo o seu amor, quero o seu primeiro amor, pelo qual você deixaria para trás todas as criaturas e coisas terrenas, da mesma forma que uma noiva deixa de lado todos os outros desejos, o amor e o conforto da casa paterna, e se for necessário, sua terra natal, para unir-se completamente ao seu esposo".




Jesus, em seu amor por nós, mostra-nos o caminho, o mesmo que Ele mostrou ao jovem rico. Para alcançar o bem precioso do amor esponsal, da união íntima com o Amado, da vida eterna, é preciso vender alguma coisa, ceder alguma coisa, na realidade é necessário vender tudo. Isto é inevitável, porque o amor divino é amor total, não se entrega pela metade, se entrega até a morte.





O jovem rico saiu triste porque possuia muitos bens, seu coração era pesado e por mais que fosse "obediente" aos mandamentos, nele não existia espaço para o amor, que é uma realidade exigente. E até hoje, nós que cremos somos, muitas vezes, tristonhos e deprimidos, incapazes de conhecer a Sua grande alegria, porque nosso apego às coisas terrenas, às pessoas, à honra, à nós mesmos, impede que amemos a Jesus com um amor total. Pois o Noivo é dono de toda a alegria, pois foi ungido com o óleo da felicidade como nenhum outro (Cf. Sl 45,7).





Jesus está diante de nós como alguém que suplica. Ele exige o nosso amor, quer ter domínio total sobre nós. Quer receber de nós o amor que na cruz nos deu. Não porque o seu amor não seja gratuito, mas porque sabe que nada pode nos dar mais felicidade que amá-lo dessa forma. Uma noiva não sente-se feliz e realizada ao render-se completamente, entregando seu corpo e sua vida, àquele que ama ? Então, como não se sentirá uma alma que se deu completamente a este Amor que queima até as entranhas e que é mais forte que a morte ? Seu amor é zeloso, porque é imenso e muito forte (cf. Ex 34, 14).





Possessão divina - que expressão bendita ! Deus tomou posse de mim, dominou-me por completo, conquistou-me por inteiro, amando-me tanto que não se deu por satisfeito até que eu me desse total e completamente a Ele. Pode existir felicidade maior que esta ? A Amado do cânticos dos cânticos não teme em afirmar que não, uma vez que "os amores" do Amado são mais deliciosos que o vinho dos prazeres
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FRASES de Santa Edith Stein SOBRE NOSSA SENHORA

”Cada mulher seja uma cópia da Mãe de Deus, seja uma esposa de Cristo, seja uma apóstola do Coração Divino. Todas, então, corresponderão plenamente à sua vocação feminina, independentemente das circunstâncias e das atividades exteriores nas quais realizam as tarefas desenvolvidas”.





”Se Maria é o protótipo da genuína feminilidade, a imitação de Maria deve ser o fim da formação da jovem”.





”A Virgem que guardava no seu coração cada palavra que Deus lhe dirigia, é o modelo das almas atentas nas quais é revivida a oração de Jesus Sumo Sacerdote”.





”A virtude do Espírito Santo cobriu a Virgem Maria enquanto esta, sozinha, rezava e realizou a Encarnação do Redentor”.




”Maria nos gerou segundo a vida da graça, dando-se totalmente, de corpo e alma, para ser a Mãe de Deus”.








”Que possamos voltar o olhar à Mãe de Deus, Maria, nas bodas de Caná. O seu olhar silencioso e perscrutador observa tudo e repara onde falta alguma coisa. E antes que alguém perceba e ocorra algum embaraço, ela já prestou a sua ajuda. Encontra meios e modos, dá as indicações necessárias, e isso tudo em silêncio, sem deixar perceber nada”. 

”Maria, hoje permaneci contigo sob a cruz e jamais sentira tão claramente que foi sob a cruz que te tornaste nossa Mãe. Como a fidelidade de uma mãe da terra não escutaria solícita a última vontade do filho?”.






”Maria, tu nos conheces a todos: nossas feridas, nossas chagas, tu conheces também o esplendor celeste que o amor de teu Filho quer difundir sobre nós na claridade eterna. Assim, guia solícita nossos passos”.






Santa Teresa Benedita da Cruz
(Edith Stein)
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Aprofundamento sobre a palavra bíblica MISERICÓRDIA

«Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia» (Mateus 5,7). Aos misericordiosos, Jesus não promete nada mais do que aquilo que eles já vivem: a misericórdia. Em todas as outras Bem-aventuranças, a promessa contém sempre algo mais, leva mais longe: os que choram serão consolados, os puros de coração verão a Deus. Mas o que poderia Deus dar de mais aos misericordiosos? A misericórdia é já plenitude de Deus e dos homens. Os misericordiosos vivem já a mesma vida de Deus.


«Misericórdia» é uma palavra antiga. Durante a sua longa história, tomou um sentido muito rico. Em grego, língua do Novo Testamento, misericórdia diz-se éléos. Esta palavra é-nos familiar através da oração Kyrie eleison, que é um apelo à misericórdia de Deus. Éléos é a tradução habitual, na versão grega do Novo Testamento, da palavra hebraica hésèd. É uma das mais belas palavras bíblicas. Muitas vezes, traduzimo-la simplesmente por amor.


Hésèd, misericórdia ou amor, faz parte do vocabulário da aliança. Da parte de Deus, designa um amor inabalável, capaz de manter uma comunhão para sempre, seja o que for que vier a acontecer: «O meu amor por ti nunca mais será abalado» (Isaías 54,10). Mas, como a aliança de Deus com o seu povo é uma história de rupturas e de recomeços desde o início (Êxodo 32–34), é evidente que um tal amor incondicional implica perdão, e não pode ser senão misericórdia.


Éléos traduz ainda uma outra palavra hebraica, rahamîm. Esta palavra associa-se frequentemente ahésèd, mas está mais carregada de emoções. Literalmente, significa as entranhas; é uma forma plural de réhèm, o seio materno. A misericórdia, ou a compaixão, é aqui o amor profundo, a afeição de uma mãe pelo seu filho (Isaías 49,15), a ternura de um pai pelos filhos (Salmo 103,13), um amor fraternal intenso (Génesis 43,30).
A misericórdia, no sentido bíblico, é muito mais do que apenas um aspecto do amor de Deus. 


Por três vezes, Deus pronuncia o seu nome a Moisés: Na primeira vez, diz: «Eu sou aquele que sou» (Êxodo 3,14). Na segunda vez: «Concedo a minha benevolência a quem eu quiser, e uso de misericórdia com quem for do meu agrado» (Êxodo 3,19). O ritmo da frase é o mesmo, mas a benevolência e a misericórdia substituem aqui o ser. Para Deus, ser quem ele é, é ter benevolência e misericórdia. O que confirma a terceira proclamação do nome de Deus: «Senhor! Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e de fidelidade» (Êxodo 34,6).




Esta última fórmula foi retomada pelos profetas e nos salmos, em particular no salmo 103 (versículo 8). Na sua parte central (versículos 11 a 13), este salmo maravilha-se com a envergadura inaudita da misericórdia de Deus. «Como é grande a distância dos céus à terra, assim é a sua misericórdia…»: ela é a grandeza de Deus, a sua transcendência. Mas ela é também como que a sua humanidade: «Como um pai se compadece dos filhos…» Tão transcendente e tão próxima, a misericórdia é capaz de ultrapassar todo o mal: «Como o Oriente está afastado do Ocidente, assim ele afasta de nós os nossos pecados».




A misericórdia é o que há de mais divino em Deus e é também o que há de mais completo no homem: «ele te enche de graça e de ternura», diz ainda o salmo 103. É preciso ler este versículo à luz de um outro versículo do salmo 8, onde se diz que Deus coroa o homem de «glória e de honra». Criados à sua imagem, os homens são chamados a partilhar a glória e a honra de Deus. Mas são a misericórdia e a ternura que nos fazem realmente participar na própria vida de Deus.


A palavra de Jesus: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lucas 6,36) faz eco de um antigo mandamento: «Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo» (Levítico 19,2). À santidade, Jesus deu a face da misericórdia. É a misericórdia que é o mais puro reflexo de Deus na vida humana. «Pela misericórdia para com o próximo, tu tornas-te parecido com Deus» (Basílio, o Grande). Como nos diz o Bem-aventurado João Paulo II, a misericórdia é o rosto divino do homem e o rosto humano de Deus.



Que a Misericórdia envolva a todos vocês!
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