segunda-feira, 21 de julho de 2014

Igreja Católica



Dom Henrique Soares Costa
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Esta bendita Salvação, enviada pelo Pai, trazida ao mundo pelo Filho feito homem e sempre novamente atuada na Igreja pelo Santo Espírito, é a inteira obra da salvação, verdade que ilumina e conduz à Vida eterna.
Mas, atenção: essa verdade não é simples doutrina, simples afirmações dogmáticas! Essa Verdade bendita é um Pessoa: Jesus Salvador e tudo quanto a Ele diz respeito! A Igreja cresce na Verdade à medida que cresce no conhecimento amoroso e contemplativo do Seu Esposo, Cabeça e Salvador!


Ora, a verdade de Deus, transmitida continuamente na Tradição apostólica, é imutável, pois refere-se a Jesus nosso Senhor, Suas palavras gestos, entregues uma vez por todas à Sua Igreja pelo ministério dos Apóstolos.

Mas, essa imutável verdade vai sendo compreendida cada vez mais, cada vez melhor, cada vez de modo mais abrangente pela Igreja através do tempo. Não há como fugir disso: a temporalidade, a progressão, são inerentes ao homem! Como também as limitações da cultura de cada tempo e civilização.
E a Igreja, portadora da Eternidade que entrou no tempo, vai peregrinando, vai compreendendo sempre mais e melhor nos caminhos da história; assim vai exprimindo sempre a mesma Verdade - que não é simplesmente uma teoria ou uma doutrina, mas uma Pessoa: Jesus Cristo - de modos novos e com palavras novas

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Sobre a Igreja Católica



12 h · 


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Assim, a profissão de fé da Igreja não é um velho baú, cheio de verdades teóricas enferrujadas, que devem ser sempre repetidas do mesmo modo, mesmo com a mutabilidade dos tempos e sensibilidades...

Ao invés, nossa santa fé católica é expressa e vivida na viva e constante Tradição apostólica, sempre interpretada de novo sob a guia do Espírito Santo, suscitando sempre novas respostas ante os desafios de cada época, de modo que, cada geração eclesial pode ter a serena certeza de permanecer na mesma "fé uma vez por todas confiada aos santos", sempre igual e sempre nova.
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A Igreja de Cristo, nossa Mãe católica, é peregrina; caminha na história.




12 h · 


Algumas notas sobre a Igreja...

A Igreja de Cristo, nossa Mãe católica, é peregrina; caminha na história.

Isto faz parte da sua essência, pois que ela é continuadora e testemunha da obra salvífica de Deus que, sendo eterno e imutável, entrou no tempo dos homens, primeiro na história de Israel, o Povo eleito da Antiga Aliança e, na plenitude dos tempos, de modo pleno, em Jesus Cristo, nosso Deus, Cabeça e princípio da Igreja e Salvador da humanidade.


A Igreja, portanto, na potência do Santo Espírito, continua as palavras e gestos salvíficos do Cristo Senhor, Autor e Consumador da salvação da humanidade e da inteira criação.

O que o Cristo Senhor anuncia na pregação da Sua Igreja, Ele mesmo realiza nas ações sacramentais, sobretudo no santíssimo Sacrifício eucarístico.
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domingo, 20 de julho de 2014

Experiência do Deus vivo



Dom Henrique Soares da Costa
13 h ·


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São Boaventura, explica, então, tratando dessa incrível experiência do Deus vivo:

"Estamos diante de uma realidade mística e profundíssima:
ninguém a conhece, a não ser quem a recebe;
ninguém a recebe, se não a deseja;
nem a deseja, se não for inflamado, até à medula, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou ao mundo.
Por isso, o Apóstolo diz que essa sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo (cf. 1Cor 2,13)".


Vejamos paulatinamente:

1.Essa realidade é chamada de mística. No cristianismo, místico é o que é "misterioso", isto é, o que se refere ao Mistério de Deus! É, portanto, uma realidade "mística e profundíssima" precisamente porque nos joga no "Mar sem fundo" de que falava Santa Catarina de Sena! Santo Agostinho, nas suas Confissões, descreve admiravelmente a experiência mística que ele mesmo teve:

"Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob Tua guia e o consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da alma, acima de minha mente, vi a Luz imutável.
Não era como a luz terrena e evidente para todo ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma Luz muito, muito mais brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto.
Também não estava acima de minha mente como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque Ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por Rla. Quem conhece a verdade, conhece esta Luz".

2. São Boaventura afirma também que ninguém conhece tal experiência a não ser quem a recebe! É verdade, pois que se trata de algo que ultrapassa todo sentido, inteligência, pensamento, sentimento! Sendo uma experiência mais íntima de uma mísera fagulha do mistério Daquele que está para além de toda percepção, somente pode ser "conhecida" por quem a recebe!

3. Mas, apesar de ser gratuita, iniciativa pura do Senhor, é preciso preparar-se para ela pelo desejo: "Ninguém a recebe, se não a deseja!" Como se deseja tal experiência? Deseja-se como se deseja o Senhor: abrindo para Ele o coração, praticando Seus mandamentos, fazendo a Sua vontade, procurando sinceramente romper com todo pecado revisar toda imperfeição, disciplinando os afetos e sentidos... Isto é, concretamente, desejar Deus e Seu Reino, é preparar-se para Ele é para os Seus dons!
Mas, atenção: o Senhor não tem obrigação de moscar nada: tudo é graça! Que Ele soberanamente concede a quem quer, quando quer e como quer!

4. Mas, para que se deseje assim o Senhor, para que desse modo se anele por Sua graça, é necessário que alguém seja atraído pelo próprio Senhor! E é o santo Espírito do Ressuscitado Quem nos atrai. Santo Inácio de Antioquia, no início do século II, quando ia para o martírio, exclamava: "Só há agora uma fonte de água viva que murmura em mim: Vem para o Pai!" Essa Fonte bendita é o Santo Espírito!
Aqui haveria tanto a ser dito!
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sábado, 19 de julho de 2014

São Luis Maria Grignion de Montfort


Padre Paulo Ricardo
23 h ·


"Em 1990, eu não sabia nada acerca da pessoa de São Luis Maria Grignion de Montfort. Chegando à região da Vendée vindo de Bourgogne, recém nomeado bispo de Luçon, não tinha senão algumas imagens vagas como as de um pregador itinerante que colocava palavras piedosas em cantos populares e que se tornava rapidamente insuportável para os bispos cujas dioceses percorria como um electrão livre, indispondo a maioria das vezes os sacerdotes das regiões onde pregava.

Graças a numerosos padres Monfortanos, às Filhas da Sabedoria e aos irmãos de São Gabriel, descobri um gigante da fé, uma incansável testemunha de Jesus: o sacerdote magro que caminha e nunca deixa de andar ao ritmo do seu Senhor com o bastão na mão e as galochas nos pés. Como Jesus, não possui pedra onde repousar a cabeça. Ele vive a sua missão apaixonadamente. Ele não para. Ele caminha, ele segura a cruz, ele fala; ele não para se não para rezar; o seu ardor nos deixa sem fôlego; pensamos que ainda está lá mas ele já está aqui. Seu segredo? Ele é simples: ama a Cristo apaixonadamente; ele ama o povo ardentemente, sobretudo os mais simples: ele ama a Igreja filialmente. Dizer que ele ama a Cristo, é muito pouco: ele é habitado pelo próprio Cristo; ele é cheio do Cristo, ele transborda Cristo, ele é demasiado pequeno para a sua Graça.


Monsenhor François Garnier - Arcebispo de Cambrai, França.

Tradução Irmã Lúcia Vitória do imaculado Coração de Maria - Fraternidade Arca de Maria.

Cristo é o caminho e a porta.


Dom Henrique Soares da Costa
18 h ·


"Cristo é o caminho e a porta.
Cristo é a escada e o veículo, o propiciatório colocado sobre a arca de Deus (cf. Ex 26,34) e o Mistério desde sempre escondido (Ef 3,9)" (São Boaventura, séc. XIII)

São Boaventura foi um dos grandes teólogos místicos da Idade Média. Homem de profunda ciência e é grande e saborosa experiência de Deus.


Vale a pena ouvi-lo... Aliás, vale sempre a pena ouvir o que dizem os místicos, pois eles viram o Invisível, eles tocaram o Intocável, eles experimentaram algo do Mistério que está para além de tudo!

Veja só, Amigo, que palavra bela a sua, sobre Cristo!
Ele é o Caminho, caminho que nos leva ao coração do Mistério do qual viemos e para o qual vamos... Mas, além de Caminho, Ele é também a Porta: por Ele vamos, por Ele entramos, por Ele temos acesso ao Deus invisível, incompreensível, inatingível, nossa Origem e nosso Destino!

Cristo é a escada que nos faz subir,
Cristo é o veículo que nos conduz nos braços...

Cristo é o propiciatório, a tampa da Arca, na qual, segundo a mística judaica, Deus repousava Seus pés: sim: em Cristo tocamos a Deus verdadeiramente!
Sobre o propiciatório também se untava o sangue do cordeiro oferecido em sacrifício. Aquele sangue tornava o Senhor Deus propicio ao Seu povo.

Cristo é o Mistério desde sempre escondido:
Ele é a concretização densa, compacta, completa, eficaz dentudo quanto o Pai sonhou para a criação inteira e a completa humanidade!
Nele tudo se cumpre, do Gênesis só Apocalipse!
Ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim!

Atenção, que o nosso Salvador não é um homem bom ao qual devemos seguir...
Ele não é um mestre de moral, de sábio e reto viver!
O nosso Cristo é Deus bendito; Ele vem do Alto, vem do seio do Pai, procede do âmago do Mistério!
Por isso somente através Dele o homem tem acesso ao Pai!
Não há outro modo, outro caminho, outro meio!

Olhar para o crucificado


DOM HENRIQUE SOARES COSTA
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"Quem olha para este Propiciatório, com o rosto totalmente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz, com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a páscoa, isto é, a passagem".

Quem olha para o Cristo - olhar aqui significa olhar com fé, contemplar, vendo a Sua realidade mais profunda - Deus feito homem de dores, suspenso no madeiro, vertendo o sangue bendito da propiciação, faz a Páscoa com Ele.
Eis: pela Sua cruz e ressurreição o nosso Salvador "passou" deste mundo para o Pai: saiu do Egito desta vida perecível, atravessou o Mar Vermelho da morte e entrou na Terra Prometida, que é o Coração do Pai!
Pois bem, todo aquele que contempla-crê no Salvador, no Seu Nome sendo batizado, participa misticamente - sacramentalmente - da Sua morte e ressurreição, isto é, da Sua Páscoa!
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O maná do céu é a Eucaristia...






Dom Henrique Soares da Costa

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"E assim, por meio do lenho da cruz, atravessa o mar Vermelho, saindo do Egito e entrando no deserto, onde saboreia o maná escondido".

Nossa união com o Cristo morto e ressuscitado, realizada no sacramento do Batismo, não é o termino, o cume, mas o início de um caminho que deve durar toda a existência do crente.
Toda a vida do cristão é um conformar- se a Cristo na Sua morte para com Ele participar da ressurreição. Por isso, para o rente, está vida é como a travessia do deserto rumo à Terra Prometida. Mas, não caminhamos sozinhos: o Senhor está misteriosamente presente e nos alimenta com o maná escondido.


Que é este maná?
A Eucaristia, certamente, mas também a presença suave e escondida do Senhor no íntimo de nós. Trata-se de uma presença amorosa, doce, serena e discreta como a brisa na qual o Senhor Se escondeu para, escondendo-Se, revelar-Se a Elias profeta.

Mas, somente pode experimentar Maná tão bendito, alimento tão suave, quem verdadeiramente atravessa esta vida como alguém que atravessa um deserto. Quem aqui se apega, quem aqui absolutiza, quem ao que é daqui prende o coração, nunca experimentará os carinhos do Senhor, nunca Lhe dirá em verdade: "Tu és o meu Tudo, a minha Herança, a minha Verdade, o meu Consolo, a minha Paz, o meu Gozo!

Encontros com Deus




Henrique Soares da Costa

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"Nesta passagem, se for perfeita, é preciso deixar todas as operações intelectuais, e que o ápice de todo o afeto seja transferido e transformado em Deus".

Aqui, São Boaventura "afina" o seu discurso: Refere-se não mais simplesmente à nossa "passagem" por esta vida neste mundo, mas trata daqueles que realmente têm a coragem de, vivendo como monges, caminhando entre as coisas que passam com o coração fixo no Céu, aprofundam o desejo de Deus que existe em cada coração humano.


O Santo recorda que a alma enamorada pelo Senhor, pouco a pouco, mais e mais, crescendo na intimidade com o Mistério, deve ir deixando todo raciocínio para encontrar o Senhor no afeto, e, mais ainda, para além do afeto. Pode crer, caro Amigo: Deus está - melhor ainda, Deus É - para além de todo pensamento e de todo afeto! Nesse "além" que, neste mundo, enquanto durar esta vida, somente pode ser penetrado por graça, o homem pode, de um modo misterioso, fazer profunda experiência do Mistério Santo, que é o próprio Deus!

Todo aquele que neste mundo embrenhou-se no caminho da amizade com o Santo, sabe,por dolorosa e, ao mesmo tempo, gozosa experiência, que o Senhor encontra-Se para além de todo pensamento, de todo raciocínio, de todo afeto, de todo sentimento ou imaginação. Como não recordar a tremenda afirmação de outro grande amigo do Senhor, São João da Cruz? Diz ele: "Deus, para nós, nesta vida, é nem mais nem menos que noite escura!"

Pouco a pouco, a intimidade com o Senhor Deus vai de tal modo possuindo e invadindo tudo no fiel, que suas operações todas - pensamento, sentimento, imaginação, vontade - vão sendo tomados por um não sei o que, uma sensação - que não é sensação - de uma Presença que não pode ser explicada, dissecada pelo pensamento, ou individuada pelo sentimento. É um sabendo não sabendo, toda ciência transcendendo; um sentir não sentindo, para além de todo sentimento...
Tremenda experiência da santidade de Deus, o Outro, o Mistério, o Santo!
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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pensamentos Consoladores de São Francisco de Sales.


Pensamentos Consoladores de São Francisco de Sales.

1/5 - Sentimentos de São Francisco de Sales acerca do número dos escolhidos.

A extrema doçura de São Francisco de Sales, diz o Bispo de Belley, de quem copiamos este capitulo leva-vá-o muitas vezes às opiniões mais suaves por pouca probabilidade que tivessem. Falava-se um dia, em conversa, desta terrível passagem do Evangelho: "São muitos os chamados e poucos os escolhidos"; dizia-se que o número dos escolhidos se chamavapequeno rebanho; que o dos insensatos, isto é, dos réprobos, era infinito, e em coisas idênticas. Ele então respondeu: "que julgava que haveria poucos cristãos (falava dos que pertenciam à verdadeira Igreja, fora da qual não há salvação) que se condenasse, porque, dizia ele, tendo as raízes da verdadeira fé cedo ou tarde ela produziria os seus frutos, que eram a salvação, e que de morta se tornava viva e operante pela caridade".
E quando lhe perguntavam o que significava pois esta frase evangélica do pequeno número dos escolhidos, respondia que, em comparação com o resto do mundo e das nações infiéis, o número dos cristãos era diminuto, mas deste pequeno número poucos se perdiam, segundo esta notável sentença: "Não há condenação para os que estão com Jesus Cristo" (Rom. 7, 1) o que em verdade se entende da graça justificante; mas esta graça não se separa da fé viva e animada pela caridade.
Sendo que o que dá o princípio dá também a conclusão, é crível que a vocação ao cristianismo que é uma obra de Deus, é uma obra perfeita e conduz ao fim de toda a consecução, que é a glória.
Eu ajuntei esta razão e ele gostou dela; é que a misericórdia de Deus, sendo superior a todas as suas obras sobrenadando à justiça como o azeite ao vinagre, sendo a sua natureza ter piedade e perdoar, visto ser tão abundante a redenção do Salvador, não era crível que Deuscomeçasse a edificar a salvação do cristão verdadeiro pela fé, que é o fundamento, sem terminar o remate, que consistia na caridade. Esta doutrina consola muito, contanto que não nos torne negligentes em praticarmos o bem, porque não é bastante dizer com os antigos: O Templo do Senhor, o Templo do Senhor, a Igreja, a Igreja: eu estou no seio da verdadeira Igreja.
Já que a Igreja é santa e coluna da verdade, cumpre-nos viver santamente assim como crermos fielmente; porque cometer crimes na casa de Deus, é como manchar o santuário e tornar-se duplamente culpável. E quem não sabe que o servo que sabe a vontade do Senhor e não se importa com ela merece um duplo castigo?
E preciso, dizia São Francisco de Sales, temer os juízos de Deus, mas sem desânimo, e convém animar-mo-nos à vista da sua misericórdia, mas sem presunção.
Os que têm um temor excessivo e desordenado de se condenarem, mostram ter muita necessidade de humildade e submissão. Convém sem dúvida que nos abatamos, aniquilemos e percamos, mas deve ser para ganhar a alma, guardá-la e salvá-la. Toda a humildade que prejudica a caridade é seguramente uma humildade falsa. Tal é a que conduz ao temor, ao desânimo à desesperação; porque é contrário à caridade, que mandando-nos atender à salvação com temor e tremor, proíbe-nos ao mesmo tempo que desconfiemos da bondade de Deus, que quer a conversão e salvação de todos.

Postado por Joceli às 15:40
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

10 medidas práticas para a Santidade - Beato Francisco Xavier Seelos




10 medidas práticas para a Santidade - Beato Francisco Xavier Seelos

1. Ir à Missa com grande devoção.


2. Reflectir durante meia-hora nos pecados em que se cai mais frequentemente; fazer propósitos para o evitar.

3. Fazer leitura espiritual durante 15 minutos, se for impossível fazer meia-hora.

4. Rezar o Terço todos os dias.

5. Se possível visitar o Santíssimo Sacramento todos os dias; e ao entardecer meditar na Paixão de Cristo durante meia-hora.

6. Acabar o dia com o exame de conciência, de todas as faltas e pecados do dia.

7. Todos os meses, fazer uma revisão do mês na confissão (direcção espiritual).

8. Escolher um padroeiro em cada mês, e imitá-lo numa virtude em especial.

9. Fazer uma novena antes de cada grande festa litúrgica.

10. Tentar começar e acabar cada actividade diária com uma Avé-Maria.

http://senzapagare.blogspot.pt/2014/07/10-medidas-praticas-para-santidade.html

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MUITAS vezes eu procuro alguma coisa que possa oferecer a Jesus e lhe dê consolação, mas apesar da minha boa vontade quase nada encontro; é por isso que, chegando à noitinha, me dirijo a Ele para obsequiá-lo com algum presentinho, mas vejo-me com as mãos cheias de... Pobreza.

Ofereço-lhe as orações feitas, mas se as examino um pouco, vejo que elas foram mais um amontoado de palavras distraídas que uma coroa de afetos ardentes. E se as comparo com aquelas que Ele faz sem cessar no Tabernáculo? Se as confronto mesmo com aquelas tantas inspirações que Ele me segreda ao coração durante o dia? Verdadeiramente é preciso ter coragem para se lhe oferecer de presente uma série de palavras sem correção... E, contudo, sei que Jesus não se descontenta mesmo com este pouco... É tão bom o meu Jesus!



Quando, porém, sofri alguma coisa por Ele, ao anoitecer vou encontrá-lo de melhor vontade, porque sei que o sofrimento lhe é mais caro do que toda a oração; e falo-lhe das penas do meu coração, das angústias da minha mente, das violências suportadas pelo amor próprio, dos incômodos que aqui e acolá sofreu o meu corpo, dos desprazeres que procurei com a extravagância do meu caráter e dos que me foram presenteados pelo capricho e temperamento dos outros, e digo-lho... Digo-lhe uma infinidade de coisas na ingênua persuasão de merecer-lhe um louvor e uma bênção. Mas Jesus bem depressa abate a minha presunção e a minha soberbazinha... Basta recordar-me a sua Paixão e Morte; e então, adeus complacência! Compreendo, então, que os meus sofrimentos, em confronto com os seus, não passam dum brinquedo de criança! Mas, se não tenho coisa melhor, não lhe hei de oferecer nada?
Como Jesus é bom! Ele toma os meus sofrimentos minúsculos, avizinha-os dos seus, e ei-los tornados grandes. Toma as minhas penas de espírito c lança-as no abismo das suas; toma os meus sofrimentos físicos e põe-nos em contato com os seus espinhos, com os seus cravos, com as suas feridas, com a sua cruz; orvalha-os com um pouco do seu sangue; e estes aproximamentos e contatos operam o prodígio de transformá-los em sofrimentos seus, e deles alcançam o mesmo mérito... Oh, como nos tornamos bem depressa ricos unindo-nos a Jesus!
O mal está em que, certas vezes, não me recordo de fazer a Jesus os meus presentinhos. Àquele pouco que fiz ou sofri, inutilizei-o todo com as complacências do amor próprio, quer nutrindo despeitos por certas críticas imerecidas, quer saboreando a doçura de certos elogios... E então, depois de ter inutilizado tudo, se venho a recordar-me de Jesus, parece-me vê-lo sério, muito sério em atitude de perguntar-me: então são estes os presentinhos que me fazes?



Sou sempre uma pobre criatura! Digo sempre que hei de corrigir-me e não me corrijo nunca! Durante dois ou três dias vou menos mal, mas depois volto ao princípio... Porém, consola-me um pensamento: e é que a boa vontade não me falta; serei um pouco fraca de cabeça, mas o coração,esse, graças a Deus não o tenho mau: e quando se tem boa vontade, apresentando-se a gente a Jesus, como faziam os leprosos, fazendo-se-lhe a exposição de toda a sorte de misérias e pedindo-se-lhe a cura, Ele, agora como então, deixa-se comover e faz a graça.
Se não fora este pensamento, quem ousaria ainda apresentar-se a Ele?

Nossa Senhora do Carmo

terça-feira, 1 de julho de 2014

FESTA DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO




FESTA DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO





Traduções e organização: Giulia d’Amore. 

Se passamos o mês de Maio no Coração Imaculado de Maria, e mergulhamos no mês de Junho no Sacratíssimo Coração de Seu Filho Jesus, o mês de Julho é tradicionalmente dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No terço, a Ladainha de nossa Senhora é substituída pela do Preciosíssimo Sangue.


O culto ao Preciosíssimo Sangue, remetendo-se à transmutação do vinho no Sangue de Cristo durante a Missa, está estritamente ligado à devoção eucarística. O costume de venerar relíquias e o poder destas foram reafirmados pelo Concílio de Trento, em 1545, como dogma de fé. O Sangue Sagrado do Filho de Deus se tornou uma relíquia particularmente preciosa. E isso se confirmou ainda mais através das palavras que Cristo pronunciou na Escritura durante a última ceia: "Isto é meu sangue...", e se tornou fundamento da Eucaristia (Mt. 26,26-29; MC. 14,22-25; Lc. 22,15-20; 1Co. 11,23-25)


A devoção ao Preciosíssimo Sangue teve em São Gaspar del Búfalo(1) o maior divulgador através de uma grande campanha para sua propagação, cujo êxito lhe valeu o reconhecimento pela Sé Apostólica que permitiu a composição da Missa e Ofício próprios, por ordem doPapa Bento XIV. Por isso, até hoje São Gaspar é reconhecido pela Igreja Católica como o “Apóstolo do Preciosíssimo Sangue”.



Mas, em que pese o esforço desse grande Santo, é de se observar que esta sublime devoção não era nova, pois, desde a época dos Apóstolos, o Precioso Sangue do Senhor derramado pela salvação da Humanidade foi objeto de culto. A devoção cresceu particularmente a partir do século XI, especialmente por causa da difusão da lenda do Santo Graal.


A Tradição tem por certo que há relíquias do Sangue de Cristo nas igrejas de Fécamp(3),Bruges(4), Neuvy(7) e na catedral de Mântua(6), que foram metas de intensas peregrinações. Há relíquias também em São João Latrão, em Roma, em Weingarten (vide nota da Basílica de Santo André de Mântua), Sarzana, Ferrara e Auvergne. Uma ampola venerada desde os tempos da Sereníssima República de Veneza é conservada na Igreja de São Tiago emClauzetto(5), na província de Pordenone (Itália).


Já havia várias Arquiconfrarias dedicadas ao Preciosíssimo Sangue na Espanha no século XVI, mas, em 1600, Vicente I Gonzaga, Duque de Mântua e de Monferrato, fundava em seus domínios a “Ordem Militar do Redentor” (ou do “Preciosíssimo Sangue”), para proteger a relíquia do Preciosíssimo Sangue guardada na Basílica de Santo André em Mântua(6). A Ordem foi aprovada pelo Papa Paulo V, em 25 de maio de 1608. O Duque lhe deu a seguinte divisa: “Domine probasti me, o Nihil hoc triste recepto”. O número de cavaleiros era limitado a vinte, fora o Grão Mestre, que era o próprio Duque. Os cavaleiros juravam defender com as armas a dignidade do Papa, a Religião Católica, a honra das damas, das viúvas e dos órfãos. Antes ainda, em 1582, concedeu-se à Arquidiocese de Valença, Espanha, a orações do “Ofício do Sangue de Cristo”. A Diocese de Sarzana, Itália, obteve essa mesma graça em 1747. Em princípios do século XIX, concedeu-se à Congregação de São Gaspar o privilégio de celebrar a Festa do Precioso Sangue.


A Festa em honra do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor foi instituída oficialmente peloPapa Beato Pio IX em 1849, em ação de graças pelo “sangue derramado por Jesus por amor aos homens de todos os tempos” diante da libertação de Roma, com a vitória dos exércitos franceses e pontifícios sobre a Revolução nacionalista anticlerical que o obrigara a se exilar em Gaeta. A Festa foi elevada ao rito de 1ª Classe pelo mesmo Pio XI, por ocasião da Celebração dos 1900 anos de aniversário da Morte do Santíssimo Salvador.


A HISTÓRIA:


Pio IX foi para o exílio na companhia do Venerável Dom Giovanni Merlini(2). Ao chegarem a Gaeta, Dom Merlini sugeriu ao Papa que fizesse um voto de que, se tomasse de volta os domínios papais, estenderia a Festa do Preciosíssimo Sangue a toda a Igreja. O Papa considerou o assunto, e poucos dias depois enviou seu prelado doméstico, Mons. Stella, até Dom Merlini com uma mensagem:
“O Papa não considera oportuno obrigar-se por um voto, mas Sua Santidade se compraz em estender a festa imediatamente a toda a Cristandade”.


Isso se deu em 30 de junho de 1849, dia em que os franceses conquistaram Roma e os republicanos capitularam. Era o Sábado anterior ao primeiro Domingo de Julho, motivo pelo qual o Papa decretou, em 10 de agosto de 1849, que, dai por diante, todo primeiro Domingo do mês de Julho fosse dedicado ao Preciosíssimo Sangre.


Mais tarde, o Papa São Pio X fixou a Festa no dia 1º de Julho, dia em que Pio IX pôde voltar a Roma.


O famigerado Concílio Vaticano II, ao reformar o calendário litúrgico, determinou que se celebrasse junto ao Corpus Domini. Mas a Tradição da Igreja continua a seguir o calendário de sempre.


Santo Afonso Maria de Ligório disse:
“O Verbo Eterno, que nos queria totalmente dedicados a Ele, tomou um Coração semelhante ao nosso, um Coração que pudesse fornecer às suas veias o Sangue com o qual deveria nos resgatar. Ele não operou nossa Redenção ao preço de ouro e prata (I Pd 1,18) disse o Príncipe dos Apóstolos, mas ao preço de Seu Sangue que é de valor infinito”.







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LITURGIA


Como fazia notar Dom Guéranger, ao celebrar a Festa do Precioso Sangue, a Igreja celebra Seu próprio nascimento. Dessa maneira, a ferida da costela de Cristo, de onde jorrou sangue e água, converteu-se em fonte de vida para o mundo.


Na “Homilia dos Mártires”, São João Crisóstomo diz:
“Assim, pois, a igreja nasceu da costela de Cristo, como Eva, a esposa de Adão, nasceu de sua costela. Assim como Deus criou a mulher, tirando-a da costela do homem, assim Cristo criou a Igreja tirando-a de Sua própria costela”.


(Paramentos Vermelhos)


Deixando de lado as circunstâncias particulares que motivaram a instituição da Festa, a liturgia nos lembra, sobretudo, as graças de que somos devedores ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para além da tragédia do Calvário e do golpe da lança que feriu o lado de Jesus, procura fazer-nos compreender, sobretudo, o alcance de todo esse Mistério de um Deus padecente envolvendo a salvação de nossas almas. Com profundo sentimento de Ação de Graças, rodeemos de veneração e de amor o Preciosíssimo Sangue de Jesus, que o Sacerdote oferece a Deus no altar.




Epístola da Festa:
Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Hebreus: Irmãos, já veio Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros. E através de um tabernáculo mais excelente e mais perfeito, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo), sem levar consigo o sangue de carneiros ou novilhos, mas com seu próprio sangue, entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna. Pois se o sangue de carneiros e de touros e a cinza de uma vaca, com que se aspergem os impuros, santificam e purificam pelo menos os corpos, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu como vítima sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas para o serviço do Deus vivo? Por isso ele é mediador do novo testamento. Pela sua morte expiou os pecados cometidos no decorrer do primeiro testamento, para que os eleitos recebam a herança eterna que lhes foi prometida.


Leitura do Evangelho da Festa:
✠Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João: Naquele tempo, Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais.


Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.




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PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS






DEVOÇÕES


Ladainha do Preciosíssimo Sangue, no Terço de Julho:http://precantur.blogspot.com.br/2013/07/terco-do-mes-de-julho.html.
Orações para cada dia da semana ao Preciosíssimo Sangue de Jesus:http://precantur.blogspot.com.br/2012/07/oracoes-para-cada-dia-da-semana-ao.html.
Outras devoções: http://goo.gl/gDSb6N.




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NOTAS & BIOGRAFIAS


(1) SÃO GASPAR DEL BÚFALO:Gaspare (nome italiano, de origem persa: amável mestre) nasceu em Roma, aos 06 de Janeiro de 1786, filho de Antônio del Bufalo (um “chef” do príncipe Altieri) e de Annunzaiata Quartieroni. Quando criança sofreu de problemas oculares que quase o cegaram, mas foi curado em 1788 em seguida a intensas orações a São Francisco de Assis. Estudou noColégio Romano e pretendia se tornar um Jesuíta. Foi presidente da recém instituída “Ordem Catecista” daEscola de Santa Maria del Painto, com a idade de 19. Ordenou-se em 31 de julho de 1808. Em 23 de outubro ele e três amigos – Frei Bonanni, Frei Santelli e Frei Gonnelli – fundaram o “Oratório de Santa Maria in Pincis e in Campo Vaccino”. Em 8 de dezembro de 1808 ele fundou com oPadre Albertini a “Confraria do Precioso Sangue de Jesus” em San Nicola. Em 1815, fundou a “Congregação do Preciosíssimo Sangue” e a “Arquiconfraria do Precioso Sangue”. Em 1834, junto com a venerável Maria de Mattia, fundou o ramo feminino de sua congregação, as “Irmãs da Adoração do Preciosíssimo Sangue”. São Gaspar morreu no dia 28 de dezembro de 1837, em Roma, e São Vicente Palloti, seu contemporâneo, teve a visão de sua alma que subia ao encontro de Cristo, como estrela luminosa. A fama de sua santidade logo atingiu o mundo todo.


Foi beatificado pelo Papa Pio X em 8 de dezembro de 1904 e, canonizado por Pio XII em 12 de junho de 1954.


Na sua alocução por ocasião da Canonização deste santo, Pio XII declarou: 

“Na gloriosa falange dos Santos, que a terra romana deu à Igreja, Gaspar Del Bufalo resplandeceu com especial fulgor”.


Desde seus mais tenros anos, a proteção de São Francisco Xavier parece ter obtido para ele, da Parte de Deus, uma extraordinária profusão de dons sobrenaturais.


Ainda estudante, entregava-se com assiduidade às obras de caridade e assistência, especialmente ao ensino da Doutrina Cristã, às crianças e aos pobres. Seguindo os passos deSão João Batista de Rossi, contribuiu para o renascimento da piedosa Obra de São Galla, da qual se tornou diretor em 1806.


Mas seu apostolado em Roma foi interrompido pela invasão das tropas napoleônicas em 1809. Sendo o Estado Papal suprimido em 17 de maio, o Papa Pio VII foi deportado em 6 de julho, e aos padres foi ordenado que prestassem voto de lealdade a Napoleão. Gaspar recusou-se –“não devo, não posso, não quero”, dizia laconicamente – e no dia 13 de junho de 1810 foi exilado por 5 anos com vários padres para Piacenza e de lá para Bolonha. Em 13 de setembro de 1811. ele recusou-se uma segunda vez a fazer o voto de lealdade e foi enviado para a prisão de San Giovani em Imola e depois para a fortaleza de Imola. Uma terceira recusa fez com que fosse transferido para a fortaleza em Lugo, em 16 de maio de 1813. Em seguida a uma quarta recusa em 10 de dezembro de 1813, ele foi sentenciado ao exílio na Córsega. Enquanto esperava o transporte em Florença, ele recebeu um convite para se juntar aos “Trabalhadores Evangélicos”, grupo de padres que fazia um trabalho missionário, e ele entusiasticamente entrou para o movimento. Menos de um mês mais tarde, Murat restaurou a liberdade a todos os padres.


Finalmente posto em liberdade, e para maior alegria de quantos o conheciam e o veneravam ainda mais, à sua volta para a sua querida Roma, em fevereiro de 1815, após 4 anos de cativeiro, recebeu do Soberano Pontífice Pio VII o encargo de se consagrar às Santas Missões, destinadas a renovar o fervor dos fiéis em seus Estados, depois de tantas desordens e destruições causadas pelas perturbações públicas. Ele ajudou a formar os “Missionários do Preciosíssimo Sangue”, de quem era fidelíssimo propagador e devoto, uma congregação dedicada a trazer os sacramentos de volta a Itália (destruída pela guerra). Apesar de toda a espécie de oposições e obstáculos, inaugurou, em 15 de agosto de 1815, em Giano, Soleto(Itália), a primeira casa da obra, que ele mesmo confiou, com fervor, à proteção da Santíssima Virgem e sob o patrocínio de São Francisco Xavier; suas missões são ativas principalmente na Índia e na Tanzânia. Muitos se opunham ao seu trabalho, mas o Papa Pio VII após conversar com ele pessoalmente aprovou seu trabalho. Assim, começou para ele uma vida de incessantes trabalhos; percorreu quase todas as regiões da Itália central, levando por toda a parte, com o exemplo de sua piedade, de sua humildade e de sua caridade, a reconciliação e a paz, o alívio das misérias corporais e, sobretudo, espirituais.


Em 1821 Papa Pio VII designou Gaspar para libertar as províncias do Lácio dos bandidos e a fundar 6 missões na área. Gaspar ficou os próximos 5 anos no púlpito. Ditou sábias regras ao Instituto.


Em fevereiro de 1826, ele foi indicado como Núncio Papal no Brasil. Com a habitual exclamação: “Ó Paraíso, ó Paraíso!”, subtraía-se a toda oferta de dignidades eclesiásticas, desejando permanecer até a morte naquela sua “tribuna”, isto é, no domínio das pregações sagradas, certo como estava de receber assim mais facilmente, e sem atraso, a recompensa eterna. Gaspar, então, pediu para ser dispensado, para continuar a pregar, mas foi forçado a ficar 8 meses nessa nova função. Ele voltou à sua Congregação, na Casa Mãe em San Felice, em outubro, e voltou a pregar nas Casas Missionárias nos próximos 10 anos.


“Martelo dos Sectários”, assim foi chamado, porque combateu com a palavra falada e escrita os inimigos da Igreja, obtendo muitas conversões dos afiliados da Maçonaria.


A sua corajosa atividade pelo saneamento moral e religioso teve inesperados resultados. Deus se dignou de selar o múltiplo apostolado do seu servo com sinais extraordinários, de caráter sobrenatural, se bem que lhe reservou uma morte em meio de fadigas e sofrimentos. Foi assim que deixou para seus filhos, um modelo admirável de zelo heroico, imolando-se generosamente para o maior bem das almas.


Vários milagres foram creditados a ele, inclusive a cura de doentes apenas com sua benção e oração. Ele próprio cuidava dos doentes na cólera de 1830. Acabou contraindo a terrível doença, pela qual veio a falecer.


Sua memória é celebrada no dia 28 de dezembro. Chamado pelos fiéis de “Anjo da paz”, “Terremoto espiritual”, “Vítima da caridade”, Gaspar inspirou-se na ação de São Francisco Xavier.




(2) DOM GIOVANNI MERLINI: Terceiro superior geral dos Padres do Preciosíssimo Sangue de São Gaspar del Búfalo, a quem conheceu por volta de 1818, quando foi ordenado sacerdote. 

Foi diretor espiritual da venerável Maria de Mattia, fundadora das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, a quem dirigiu até o fim da vida. Era tão bem quisto e procurado que até oPapa Pio IX admirava suas virtudes e lhe pedia conselhos. 

Em 12 de janeiro de 1873, foi atropelado mortalmente de propósito por uma carruagem, mas antes de morrer perdoou o homem que a dirigia. 

Seus restos mortais repousam ao lado de seu mestre, São Gaspar, na Igreja de Santa Maria em Trivio (ao lado da Fonte de Trevi), em Roma.




(3) FÉCAMP: Fécamp é uma cidade da Normandia, no norte da França. A Tradição conta que o sobrinho de José de Arimatéia, chamado Isaac, estava navegando em um barco, “confiado ao mar para a graça de Deus”, que encalhou na costa da Normandia. Isaac tinha em sua posse uma parte do Preciosíssimo Sangue, coletado na cruz. Após desembarcar, Isaac plantou uma vara de figueira com raiz, e escondido a seus pés, o precioso conteúdo que trouxera consigo em um frasco. Mais tarde, no século VI, um Santuário foi erguido perto do tronco da figueira. No século VII (662), uma igreja foi construída no local da figueira, e mais tarde a Abadia beneditina da Santa Trindade (1175-1220), a mando do Rei Ricardo Coração de Leão. 

Há uma lenda que conta o seguinte: Nicodemos raspou com uma faca o sangue já seco das chagas de Cristo e recolheu-o, primeiramente na sua luva, depois num vaso de chumbo, um pequeno cilindro, segundo a tradição. Depois escondeu o cilindro no tronco duma figueira. Devido à ameaça de invasão de Sídon, onde reside, e por inspiração divina, atira a árvore ao mar. A árvore flutua em direção ao ocidente e chega à costa normanda. Perto de Fécamp, a árvore cria de novo raiz e volta a florescer.




(4) BRUGES: Os mais antigos documentos respeitantes ao Santo Sangue de Bruges, na Bélgica, remontam a 1256.


O Santo Sangue, provavelmente fazia parte de um grupo de Relíquias sobre a Paixão de Cristo que se conservavam no Museu Imperial de Bucoleon, em Constantinopla. Em 1203, Constantinopla foi sitiada e conquistada pelos croatas. Balduíno IX, Conde de Flandres, depois de ter sido coroado o novo imperador, envia a Relíquia do Preciosíssimo Sangue para a sua pátria em Bruges.


Recentemente, foram realizadas análises na garrafa de cristal de rocha que contêm o Santo Sangue. A datação da garrafa remonta ao XI século. É também certo que a garrafa foi executada numa área próxima de Constantinopla. Mesmo que na Bíblia nunca tenha sido mencionado explicitamente que o Sangue de Cristo tenha sido guardado, num dos Evangelhos Apócrifos diz-se que José de Arimatéia conservou algumas gotas de Sangue de Jesus em um pano com o qual lavou o Santo Corpo antes do sepultamento.


Segundo uma antiga tradição, o Conde Diederik van den Elzas levou a garrafa contendo o Sangue de Cristo, de Jerusalém para Bruges na Segunda Cruzada, em 1150. Teodorico a recebera de presente de seu irmão Balduíno III, como reconhecimento por seus serviços. Recentes investigações, porém, puseram em evidência o fato de que a Relíquia ter chegado a Bruges mais tarde, possivelmente por volta de 1250, e que provinha do saque de Constantinopla, em 1204, no fim da Quarta Cruzada.


A relíquia é ainda muito adorada, e uma procissão internacional em sua honra é realizada anualmente, atraindo fiéis de todas as partes. A Procissão do Sagrado Sangue acontece no dia de Ascensão, desde o século XIII e envolve cerca de 2000 pessoas, recriando a chegada da relíquia à cidade. Os fieis saem em procissão vestidos com motivos históricos, reproduzindo cenas bíblicas e a famosa chegada do Conde de Flandres à cidade com a santa relíquia.


A relíquia (o pano) está fechada em uma ampola de cristal de rocha, que era um recipiente para perfumes de estilo bizantino. Por sua vez, a ampola é guardada em um relicário cilíndrico fechado nas extremidades por dois frisos em forma de coroa, com uma data gravada: “MCCCLXXXVIII dieira maii III”, ou seja: 3 de maio de 1388. A relíquia é guardada na Basílica do Santo Sangue, na Praça Burg, e é exposta toda sexta-feira e de 3 a 17 de Maio, todos os dias.


O que importa da história desta relíquia é que havia entre os cristãos a esperança de os cruzados encontrarem algum objeto com o Sangue de Cristo (dentre outras relíquias) e o trazerem para a Europa, devido ao valor que se dava, desde então, ao Dogma da Eucaristia e ao Sangue do Filho de Deus.


É certo que a relíquia fez florescer a vida religiosa em Flandres, a ponto de o Papa Clemente V vir a publicar uma bula em 1310, concedendo indulgências aos peregrinos que a visitassem.






(5) CLAUZETTO: Na igreja de São Tiago (imagem ao lado) há a relíquia do Preciosíssimo Sangue que, segundo a tradição, tinha o poder de libertar os endemoninhados dos espíritos malignos. No dia da Festa do “Perdon Grant” (Grande Perdão), no primeiro domingo depois da Ascensão, a cidade se enchia de peregrinos vindos de toda parte, que subiam de joelhos, entre ritos e orações, a escadaria com 98 degrausda igreja e depois, do sagrado assistiam à Santa Missa. Em seguida, era exposta a relíquia que expulsava os espíritos (spiritâz).




(6) MÂNTUA: Em Mântua, na cripta da Basílica estão guardados dois relicários com terra banhada no Sangue de Cristo, que teria sido trazida porLonginus (São Longuinho). Segundo a lenda, algumas gotas de sangue e água que fluíram do costado de Cristo caíram nos olhos de Longinus, que era muito doente. Longinus foi imediatamente curado e convertido. Em seguida, pelo o solo encharcado e levou consigo. Segundo a tradição, Longinus morreu na Capadócia, pregando a Fé Cristã. Outra versão diz que ele teria ido até Mântua, onde foi martirizado em 37 D.C. Em Mântua, Longinus esconde a relíquia sob a terra em um lugar que mais tarde se tornou o jardim do “Hospital do Peregrino”. Após seu martírio, seu corpo foi enterrado ao lado da relíquia, em um distrito chamado Capadócia (daí talvez a primeira versão).


Em 804, uma aparição de Santo André a um fiel levou à descoberta da relíquia. Próximo a ela, foram encontrados alguns ossos humanos, atribuídos a Longinus e que estão, agora, conservados na terceira capela à direita da Basílica.


Papa Leão III declarou autêntica a relíquia e deu uma pequena parte aCarlos Magno, que a depôs naCapela Real, em Paris. Durante a invasão dos húngaros em 923, parte da relíquia ficou escondida na Igreja de São Paulo, ao lado da Catedral, e outra parte foi dividida em dois vasos de cristal que foram enterrados no jardim do oratório dedicado ao Sangue de Cristo. Depois, mais uma vez com a ajuda de Santo André, que apareceu três vezes a um cego, oBeato Adalberto de Canossa, em 1408, houve a segunda descoberta, que ainda é comemorada todos os anos, no dia 12 de março. Uma igreja e um mosteiro foram construídos para abrigar a relíquia.


O Papa Leão IX, em 1053, e o Imperador Henrique III de Francônia, em 1055, receberam como presente uma pequena porção. Esta última chegou, enfim, à cidade de Weingarten, Alemanha, em 1094.


Longinus foi canonizado em 1340.


Após várias mudanças de relicários, em 1530, a relíquia foi depositada em dois relicários novos de ouro maciço de Benvenuto Cellini, que foram roubados em 1848 por soldados austro-húngaros e nunca foram encontrados.


Com fragmentos escondidos, foi possível restaurar a relíquia e coloca-la em outros dois relicários que foram doados ao Imperador Francesco Giuseppe.


A relíquia está na cripta da Basílica em Mântua. Na Sexta-feira Santa, os dois relicários são tirados do cofre e expostos à devoção dos fiéis, antes da procissão.


Em Weingarten, todos os anos, no dia da Ascensão, é realizada em honra da relíquia uma cerimônia conhecida como Cavalgada do Sangue, um desfile com a participação de cerca de 3000 cavalos montados por representantes locais e por cavaleiros de Mântua.




(7) NEUVY: Na França, perto de Indre, se localiza Neuvy-Saint-Sépulcre, uma cidadezinha chamada assim por causa da Basílica que possui. A Basílica de Santo Estevão foi construída em 1049 a imitação daBasílica do Santo Sepulcro em Jerusalém.


A Igreja do Santo Sepulcro de Neuvy possui, desde 1257, duas gotas do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo recolhidas no dia de sua Paixão no Calvário. Elas têm a forma de duas lágrimas coaguladas. Este Sangue Divino puríssimo e sem mistura de água nem de terra é, com certeza, a mais preciosa relíquia do mundo.


O Cardeal Eudes de Chateauroux, Bispo de Tuscolo, trouxe as duas gotas de Sangue da Terra Santa, onde, durante seis anos, havia exercido as funções de Legado Pontifício do Papa na Sétima Cruzada, a de São Luís(*). E, em 1257, doou o Sangue recolhido a Neuvy, sua terra natal. Desde aquela época, o Preciosíssimo Sangue repousa sob a magnífica cúpula bizantina, construída em 1042-1046 porEudes de Déols e Geoffroy de Bourges, baseada no modelo primitivo da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. A relíquia é guardada em uma teca cilíndrica de cristal coberta, nos dois lados, por coberturas artísticas em ouro maciço e sustentada por um anjo, também de ouro, ajoelhado. Em 1621, o Arcebispo de Bruges, André Frémiot, irmão de Santa Joana de Chantal, confiou a relíquia à “Confraria do Preciosíssimo Sangue”, fundada com esse propósito. Em 1623, o Papa Gregório XV concedeu numerosas indulgências aos peregrinos que iam a Neuvy-Saint-Sépulcre para venerar o Sangue de Cristo, que no correr dos séculos concedeu numerosos milagres, todos atestados. Ainda hoje, na segunda-feira de Páscoa e no dia 1º de julho, a relíquia é celebrada com Missas solenes e procissões. Nos tempos atuais, esta confraria foi reorganizada por Monsenhor de La Tour, de Auvergne, e por Monsenhor Sorvonnet, Arcebispo de Bourges.



(*) A Cruzada de São Luis (Rei Luis IX) foi em 1254. Em 1248, o próprio rei mandou construir em Paris uma capela especial, a Sainte Chapelle, para guardar relíquias que havia adquirido com o imperador Balduíno II: a coroa de espinhos, parte da cruz verdadeira e ampolas com o Sangue de Jesus. As relíquias foram depositadas em um caixa, que foi encostada em um muro da capela. Durante aRevolução Francesa (1789), o muro foi derrubado caindo por cima da caixa, que foi completamente destruída.





FONTES DE PESQUISA:


Lo Stato Romano dall'anno 1815 al 1850, Volume 3: http://goo.gl/6dRKWx, Capitulo II, pag. 24 e ss.
A Idade Média e a criação do Graal, por Vito Marino. Fécamp.
A Simbólica do Graal: Notas e Reflexões, por Yvette Centeno, pp. 40,41. 



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