Título: Através dos olhos de Jesus
Obs: O autor, bem como seu livro, linguagem e estilo muito simples, recebeu escassa educação formal e nunca estudou teologia nem filosofia. Afirma ele que o próprio Senhor lhe revela esses incidentes e cenas como parte de sua vida com os discípulos e com sua mãe enquanto esteve na terra e que o faz para ensinar-nos a viver e a amar. Carver Alan Ames, " rigoroso ortodoxo, induz a uma vida muito devota e, através de sua vida, escritos e palestras, já influenciou muitas pessoas a mudarem o estilo de vida, sendo que parte delas já se converteu à igreja católica."
* Ele, o autor, afirma que as visualizações ele vê como que através de uma janela, e essa janela é os olhos de Jesus!
* Segue abaixo alguns textos narrando histórias do Mestre e seus discípulos. O que comeu, falou, onde dormiu, como orava ao Pai, enfim, detalhes da sua vida cotidiana. Ele lia o coração e a mente das pessoas que cruzavam seu caminho, e muitas vezes revelava sua divindade de acordo com a necessidade da missão. Ao ler esse livro senti Jesus pertinho de mim, caminhando comigo, falando ao meu coração e me amando! Desejo que você também faça a mesma experiência. Vamos lá ?
Esse capítulo do dia 3 de junho, de todos os quatro livros de C. Alan Ames é uma das mais belas histórias narradas pelo próprio Jesus. Vale a pena conferir, me emocionei e confesso o quanto tenho crescido espiritualmente através dessas belas histórias, verídicas, da vida de Nosso Senhor quando esteve aqui na terra.
Esse capítulo do dia 3 de junho, de todos os quatro livros de C. Alan Ames é uma das mais belas histórias narradas pelo próprio Jesus. Vale a pena conferir, me emocionei e confesso o quanto tenho crescido espiritualmente através dessas belas histórias, verídicas, da vida de Nosso Senhor quando esteve aqui na terra.
Jesus - 3 de junho de 1996
" - Logo que acordei pela manhã, vi Minha Mãe ajoelhada num canto, orando ao Pai. Cada palavra que ela pronunciava enchia Meu coração de alegria, cada oração tocava de forma especial Meu coração; e,
unido com o Pai e o Espírito Santo, permaneci em silêncio, deixando que as orações de Minha Mãe Me plenificassem. Algum tempo depois, ela parou de orar e passou a ler algumas páginas com os salmos. Fui até junto dela e sentei-Me ao seu lado, associando-Me na leitura. Sorridente, Minha Mãe, irradiando amor, olhou para Mim, e Eu lhe segredei: - Eu amo esses momentos em que a senhora vai a Deus em oração! Sua voz e suas palavras são a própria doçura! Por alguns instantes minha Mãe pareceu-me constrangida, mas em seguida colocou seus braços em torno de Mim, e continuamos a ler os salmos. O ruído de nossas vozes acordou Meus discípulos, e, um a um, eles se juntaram a nós em oração. Logo a cas ficou cheia de louvor e de ações de graças a Deus. Percebi como Minha Mãe, através de suas orações, havia conduzido a outros a louvar e a louvar a deus, e tive a certeza de que, no futuro, o que aconteceria para muitos seria isto: Minha Mãe conduzindo-os cada vez mais profundamente a uma vida de oração. Terminadas as nossas orações, minha Mãe, Maria, disse: - Vou preparar alguma coisa, pois todos vocês devem estar famintos.
Tiago ficou de pé num pulo:
- Mãe - disse ele com ares de menino_ , deixe que sejamos nós a preparar-lhe alguma coisa. A senhora já trabalhou demais.
Ela foi até junto dele e, colocando o braço ao redor de seus ombros, disse:
- Meu filho, você está tão disposto a ajudar! Que bom rapaz você é?
Tiago, parecendo muito feliz, perguntou:
- Que posso fazer?
- se você pudesse ir buscar água no poço, seria uma boa ajuda - replicou minha Mãe.
Tiago agarrou o jarro e, balançando-o enquanto se dirigia para a porta, disse;
- não vou demorar.
André, que estava ajudando Minha Mãe com a comida, percebeu que havia pouco mantimento, claramente insuficiente para alimentar a todos, e disse:
- Desculpe-me, Mãe, preciso sair um pouquinho.
Olhando para ele, respondeu ela:
- Tudo bem, mas não se demore ou você talvez já não encontre mais nada para comer.
André aproximou-se de Judas e lhe falou baixinho, discretamente.
Judas amava Minha Mãe, por isso nunca lhe negava nada, embora negasse - como realmente o fez - a muitos outros.
Assim que André saiu, Tiago retornou com a água.
- Para onde foi André?
- Não se preocupe - disse Bartolomeu -, ele logo estará de volta.
Minha Mãe terminou de preparar a refeição, e André ainda não havia regressado. Ela repartiu uma pequena porção de alimento entre nós e reservou de lado uma pequena cota para André.
- A senhora não deixou nada para si mesma, Mãe - observou Judas.
Ela olhou para ele e respondeu:
- Tudo bem, vou comer mais tarde. Vocês precisam de alimento que lhes proporcione a força necessária para fazer a obra a que se propõem.
Todos os discípulos voltaram o olhar para a escassez de comida á sua frente e compreenderam que aquilo era tudo o que minha mãe tinha e que ela passaria fome para poder alimentá-los. Pedro ergueu os olhos e comentou.
- A senhora nos proporcionou uma festa! venha cá, partilhe conosco.
Ele começou a colocar num prato um pouco de sua própria comida para ela, e os outros fizeram o mesmo, enquanto Judas se mantinha os olhos voltados para a porta. Subitamente um largo sorriso estampou-se na face de Judas, ao ver André à porta, com uma grande sacola nas mãos. Todos encaramos André que se pôs a dizer:
- Mãe, estivemos pensando: como consumimos demais de seus mantimentos e a senhora nos acolheu tão bem, deveríamos ao menos repor o que comemos. Abriu a sacola e apresentou mantimento suficiente para durar um mês inteiro.
- Ó meus filhos - exclamou Minha e Mãe, enquanto uma lágrima escorria por sua face - , vocês me cativam com seus agrados!
Tiago levantou-se num salto e começou a cantar com voz alegre.
- Um presente de amor para nossa mãe! Um presente de amor para nossa Mãe! - E rodopiou pela sala muito feliz. Em seguida, foi até minha Mãe e disse; - Pode ir se sentando agora e deixe que eu lhe prepare uma refeição. Com um ar de satisfação, ela sentou-se, sentindo gratidão pelo amor que Meus discípulos lhe demonstraram. Sorri para eles. Pareciam criancinhas entregando um presente para sua Mãe. Eu tinha a esperança de que todos os homens viessem a ser como eles e podia perceber que Minha Mãe faria qualquer coisa para ajudá-los. Ela chegaria até o ponto de dar de si mesma sem lastimar... um verdadeiro amor de Mãe! Eu desejava que todos os homem se dessem conta de como Minha Mãe é importante para a vida deles e gostaria que todas as pessoas a tratassem com amor e respeito como Meus discípulos faziam. Sim, até mesmo Judas.Ouviu-se um chamado lá de fora:
- É verdade que Jesus está em casa?
Reconheci o vozeirão de Emial, um amigo com o qual havia crescido. Saí para vê-lo. Um largo sorriso se desenrolava em seu rosto.
- Jesus, por que não me contaste que estavas aqui? - perguntou ele, avançando para Mim e abraçando-Me com seus grandes braços.
- Só cheguei a noite passada - comecei a explicar; mas, antes que Eu conseguisse terminar, ele prosseguiu: - Quanto tempo vais ficar, meu amigo? Nestes últimos anos tenho estado muito pouco Contigo!
- Só uns poucos dias... em seguida precisamos nos pôr a caminho - respondi.
- Ainda transmitindo aquele maravilhoso amor e aquelas Tuas poderosas palavras às pessoas, não é?! - foi ele dizendo, meio em tom de pergunta, meio em tom de afirmação.
eu não podia fazer outra coisa senão amá-lo... tão aberto, tão amigo, tão amável... um meigo grandalhão... um homem com voz estrondosa e um imenso coração. Lembrei-me de uma ocasião em que fôramos a uma outra aldeia, e os meninos caçoavam de Mim porque fui até a sinagoga para orar... tendo Emial se colocado entre nos, atiraram pedras nele, provocando-lhe um corte no rosto antes de fugirem. Ele não quis dar atenção ao Meu agradecimento e disse:
- É para isso que servem os amigos!
Emial... bom amigo!
- Vem e faze - me uma visita em minha casa. Estou casado agora, e em breve teremos um filho - disse ele com um ar esperançoso nos olhos. - Minha esposa anseia em conhecer-Te. Falei-lhe muito a Teu respeito. Ela é uma boa mulher.
- certamente que irei, Meu amigo. Como não iria à sua casa, se lhe quero tanto bem? - respondi-lhe.
Ele parecia até mais feliz agora.
- Ótimo! Ótimo! traze Teus amigos, e eu poderei contar-lhe sobre a Tua juventude - falou ele com voz forte.
- Primeiro iremos à sinagoga; depois iremos visitá-lo, meu amigo Emial - comuniquei-lhe.
-Vou então e avisarei minha esposa. Ela ficará muito feliz em ver-te - disse ele, já virando-se e indo embora.
-Jesus - observou Maria -, ele é um bom homem, todos os dias vem me visitar, apenas para dizer " olá ", como ele diz...mas sei que ele está zelando por mim. Ele se casou com uma linda mulher, mas ela é inválida. Então ele faz todas as tarefas domésticas bem como o trabalho da fazenda para garantir seu sustento. Quando o bebê nascer, ele não sabe o que vai fazer. Apesar de tudo isso, porém, ele é feliz e ama sua esposa...É realmente um bom homem. Minha penetrou o Meu coração, e pude sentir, dentro de Mim, seu pedido e disse: - Sim ele sempre foi feliz, independentemente das circunstâncias, e sempre quis ajudar as pessoas...Um homem generoso e uma alma bondosa.
Já na sinagoga, sentei-Me calmamente, ouvindo as palavras de Meu Pai e sentindo o calor do Espírito. Passadas algumas horas, disse a Pedro: - Venha, vamos à casa de Meu amigo. Saímos da sinagoga e paramos no para comprar alguns mantimentos e presentes para a família de Meu amigo. Emial achava-se em pé, fora de casa, à nossa espera.
- Jesus - exclamou com seu jeito honesto -, demoras-te tanto que fiquei imaginando se virias mesmo...
- Emial, como poderia esquecê-lo? - disse-lhe.
Ele sorriu e, com os olhos voltados para o chão, confabulou:
- desde que me casei, já não são muitas pessoas que nos visitam. Acho que ficam constrangidas.
- Então não são amigos verdadeiros, pois entre amigos não há barreiras - afirmei-lhe, colocando Meu braço em volta de seus largos ombros.
- Entrem - dirigiu-se ele, com alegria, a Meus discípulos. - Espero que vocês todos se ajeitem em minha pequena casa. Acomodamos-nos lá dentro, ficando ainda muito espaço de sobra. Sentada no chão, junto á mesa, estava sua esposa. Tinha um lindo rosto, e seus olhos brilhavam cintilantes, mas seu corpo estava horrivelmente contorcido: seus braços estendiam-se em ângulos incômodos, seus pés entrelaçavam-se abaixo dela, e ela parecia estar sofrendo.
- Esta é minha esposa, Míriam. Não é linda? - disse ele, sorrindo para ela. - E aqui está meu amigo, Jesus, de quem tanto lhe tenho falado.
- Jesus - disse ela e sorriu para Mim.
Pude perceber quanta vergonha tinha de si mesma...como temia que seu marido ficasse magoado, quando os amigos lhes voltassem as costas novamente.
- Míriam, que lindo nome e que belo sorriso! - disse-lhe, sentindo um amor profundo por ela. Meus apóstolos a cumprimentaram calorosamente, e alguns a abraçaram. Judas permaneceu recuado e nada disse. Foi com repugnância que ele encarou a mulher aleijada que estava à sua frente.
Emial ia e vinha apressado, dizendo: - Sentem-se. Podem sentar-se! Sobre a mesa viam-se as mais seletas frutas, o que deveria ter sido muito dispendioso para ele. Ele trouxe jarros de vinho e água, dos quais todos nós pudemos saborear, com exceção de Judas, que pensou tratar-se de vinho barato. Emial estava cheio de alegria, narrando minuciosamente algumas das inúmeras aventuras que havíamos vivido na infância. O que encantava Meus discípulos era o fato de ele ser capaz de se sentir feliz com a coisa mais insignificante. Apanhou Míriam no colo e sentou-a em seus joelhos. Então disse:
- O momento mais feliz da minha vida foi quando me casei com minha esposa. Ela é muito linda e agora traz consigo nosso filho. Judas estremeceu, mas todos os outros estavam felizes. Olhei para Míriam e pude ver que o seu filho, um menino, estava morto em seu ventre. Olhei para Meu amigo e divisei toda a esperança em seu coração. Então olhei de novo para Míriam, tão temerosa das pessoas, tão insegura quanto a esses homens, tão incerta de que eles realmente a estimavam. Vislumbrei em seus olhos a mágoa causada pela reação de Judas, as quais muitos ainda não haviam notado, mas ela sim. Meu coração implorou por esses Meus amigos, quando Eu disse:
- Emial posso segurar Míriam por alguns instantes? Ele me encarou, perguntando-se, a princípio, se Eu não iria machucá-la. Conhecendo-Me, porém, ele a entregou gentilmente a Mim. Segurei-a em Meus braços e dei-lhe um beijo no rosto. Ela começou a chorar, quando Eu orei:
- Pai, Meu amigo está aqui diante de Ti, junto com sua família amada. Eu, Teu filho, peço que enchas essa família com a Tua graça e que faças com que o amor que está no coração deles se transforme em Teu amor curador. - Fechei os olhos durante um momento, clamando do fundo meu coração ao Meu Pai. E então disse: - Míriam, que tudo o que está em você e tudo que você é fique curado, pela misericórdia de Deus. Coloquei-a no chão, e, com lágrimas de alegria, ela apoiou-se em seus pés, e seus braços se endireitaram. A criança em seu ventre voltou `a vida. Emial avançou para ela aos gritos: - Míriam! Míriam! Míriam! - Levantando-a em seus braços, ele prosseguiu clamando: - Louvado seja Deus! Obrigado, Pai! Obrigado, Jesus! Louvado seja Deus!
Meus discípulos se uniram aos louvores a Deus, enquanto Emial e Míriam caíram diante de Mim e se puseram a beijar Meus pés. Abaixei- Me e ajudei-os a se levantarem.
- Não há necessidade disso, Meus amigos. Apenas se proponham a louvar a Deus durante toda a sua vida e a de seus filhos. Jesus como poderei agradecer-te algum dia? - perguntou Meu amigo.
- Basta que você continue a viver como o tem feito, puro e feliz, e que ofereça cada dia a Deus. Mais uma coisa: não contem nada a sobre isso a ninguém, pois ainda não é o momento de os outros saberem. Beijando Minha mão Míriam disse: - Faremos isso, Senhor. Eu prometo, eu prometo. Judas, num canto, observava tudo com certa incredulidade.
Um pouco mais tarde, naquela noite, voltamos à sinagoga para agradecer ao Meu Pai e depois regressamos à Minha casa ao encontro de Minha Mãe. Assim que cruzei a porta, ela disse, beijando-Me: - Obrigada, Jesus. meus discípulos começaram a contar-lhe o que havia acontecido, mas não havia surpresa em seus olhos, apenas gratidão e amor.
André, que estava ajudando Minha Mãe com a comida, percebeu que havia pouco mantimento, claramente insuficiente para alimentar a todos, e disse:
- Desculpe-me, Mãe, preciso sair um pouquinho.
Olhando para ele, respondeu ela:
- Tudo bem, mas não se demore ou você talvez já não encontre mais nada para comer.
André aproximou-se de Judas e lhe falou baixinho, discretamente.
Judas amava Minha Mãe, por isso nunca lhe negava nada, embora negasse - como realmente o fez - a muitos outros.
Assim que André saiu, Tiago retornou com a água.
- Para onde foi André?
- Não se preocupe - disse Bartolomeu -, ele logo estará de volta.
Minha Mãe terminou de preparar a refeição, e André ainda não havia regressado. Ela repartiu uma pequena porção de alimento entre nós e reservou de lado uma pequena cota para André.
- A senhora não deixou nada para si mesma, Mãe - observou Judas.
Ela olhou para ele e respondeu:
- Tudo bem, vou comer mais tarde. Vocês precisam de alimento que lhes proporcione a força necessária para fazer a obra a que se propõem.
Todos os discípulos voltaram o olhar para a escassez de comida á sua frente e compreenderam que aquilo era tudo o que minha mãe tinha e que ela passaria fome para poder alimentá-los. Pedro ergueu os olhos e comentou.
- A senhora nos proporcionou uma festa! venha cá, partilhe conosco.
Ele começou a colocar num prato um pouco de sua própria comida para ela, e os outros fizeram o mesmo, enquanto Judas se mantinha os olhos voltados para a porta. Subitamente um largo sorriso estampou-se na face de Judas, ao ver André à porta, com uma grande sacola nas mãos. Todos encaramos André que se pôs a dizer:
- Mãe, estivemos pensando: como consumimos demais de seus mantimentos e a senhora nos acolheu tão bem, deveríamos ao menos repor o que comemos. Abriu a sacola e apresentou mantimento suficiente para durar um mês inteiro.
- Ó meus filhos - exclamou Minha e Mãe, enquanto uma lágrima escorria por sua face - , vocês me cativam com seus agrados!
Tiago levantou-se num salto e começou a cantar com voz alegre.
- Um presente de amor para nossa mãe! Um presente de amor para nossa Mãe! - E rodopiou pela sala muito feliz. Em seguida, foi até minha Mãe e disse; - Pode ir se sentando agora e deixe que eu lhe prepare uma refeição. Com um ar de satisfação, ela sentou-se, sentindo gratidão pelo amor que Meus discípulos lhe demonstraram. Sorri para eles. Pareciam criancinhas entregando um presente para sua Mãe. Eu tinha a esperança de que todos os homens viessem a ser como eles e podia perceber que Minha Mãe faria qualquer coisa para ajudá-los. Ela chegaria até o ponto de dar de si mesma sem lastimar... um verdadeiro amor de Mãe! Eu desejava que todos os homem se dessem conta de como Minha Mãe é importante para a vida deles e gostaria que todas as pessoas a tratassem com amor e respeito como Meus discípulos faziam. Sim, até mesmo Judas.Ouviu-se um chamado lá de fora:
- É verdade que Jesus está em casa?
Reconheci o vozeirão de Emial, um amigo com o qual havia crescido. Saí para vê-lo. Um largo sorriso se desenrolava em seu rosto.
- Jesus, por que não me contaste que estavas aqui? - perguntou ele, avançando para Mim e abraçando-Me com seus grandes braços.
- Só cheguei a noite passada - comecei a explicar; mas, antes que Eu conseguisse terminar, ele prosseguiu: - Quanto tempo vais ficar, meu amigo? Nestes últimos anos tenho estado muito pouco Contigo!
- Só uns poucos dias... em seguida precisamos nos pôr a caminho - respondi.
- Ainda transmitindo aquele maravilhoso amor e aquelas Tuas poderosas palavras às pessoas, não é?! - foi ele dizendo, meio em tom de pergunta, meio em tom de afirmação.
eu não podia fazer outra coisa senão amá-lo... tão aberto, tão amigo, tão amável... um meigo grandalhão... um homem com voz estrondosa e um imenso coração. Lembrei-me de uma ocasião em que fôramos a uma outra aldeia, e os meninos caçoavam de Mim porque fui até a sinagoga para orar... tendo Emial se colocado entre nos, atiraram pedras nele, provocando-lhe um corte no rosto antes de fugirem. Ele não quis dar atenção ao Meu agradecimento e disse:
- É para isso que servem os amigos!
Emial... bom amigo!
- Vem e faze - me uma visita em minha casa. Estou casado agora, e em breve teremos um filho - disse ele com um ar esperançoso nos olhos. - Minha esposa anseia em conhecer-Te. Falei-lhe muito a Teu respeito. Ela é uma boa mulher.
- certamente que irei, Meu amigo. Como não iria à sua casa, se lhe quero tanto bem? - respondi-lhe.
Ele parecia até mais feliz agora.
- Ótimo! Ótimo! traze Teus amigos, e eu poderei contar-lhe sobre a Tua juventude - falou ele com voz forte.
- Primeiro iremos à sinagoga; depois iremos visitá-lo, meu amigo Emial - comuniquei-lhe.
-Vou então e avisarei minha esposa. Ela ficará muito feliz em ver-te - disse ele, já virando-se e indo embora.
-Jesus - observou Maria -, ele é um bom homem, todos os dias vem me visitar, apenas para dizer " olá ", como ele diz...mas sei que ele está zelando por mim. Ele se casou com uma linda mulher, mas ela é inválida. Então ele faz todas as tarefas domésticas bem como o trabalho da fazenda para garantir seu sustento. Quando o bebê nascer, ele não sabe o que vai fazer. Apesar de tudo isso, porém, ele é feliz e ama sua esposa...É realmente um bom homem. Minha penetrou o Meu coração, e pude sentir, dentro de Mim, seu pedido e disse: - Sim ele sempre foi feliz, independentemente das circunstâncias, e sempre quis ajudar as pessoas...Um homem generoso e uma alma bondosa.
Já na sinagoga, sentei-Me calmamente, ouvindo as palavras de Meu Pai e sentindo o calor do Espírito. Passadas algumas horas, disse a Pedro: - Venha, vamos à casa de Meu amigo. Saímos da sinagoga e paramos no para comprar alguns mantimentos e presentes para a família de Meu amigo. Emial achava-se em pé, fora de casa, à nossa espera.
- Jesus - exclamou com seu jeito honesto -, demoras-te tanto que fiquei imaginando se virias mesmo...
- Emial, como poderia esquecê-lo? - disse-lhe.
Ele sorriu e, com os olhos voltados para o chão, confabulou:
- desde que me casei, já não são muitas pessoas que nos visitam. Acho que ficam constrangidas.
- Então não são amigos verdadeiros, pois entre amigos não há barreiras - afirmei-lhe, colocando Meu braço em volta de seus largos ombros.
- Entrem - dirigiu-se ele, com alegria, a Meus discípulos. - Espero que vocês todos se ajeitem em minha pequena casa. Acomodamos-nos lá dentro, ficando ainda muito espaço de sobra. Sentada no chão, junto á mesa, estava sua esposa. Tinha um lindo rosto, e seus olhos brilhavam cintilantes, mas seu corpo estava horrivelmente contorcido: seus braços estendiam-se em ângulos incômodos, seus pés entrelaçavam-se abaixo dela, e ela parecia estar sofrendo.
- Esta é minha esposa, Míriam. Não é linda? - disse ele, sorrindo para ela. - E aqui está meu amigo, Jesus, de quem tanto lhe tenho falado.
- Jesus - disse ela e sorriu para Mim.
Pude perceber quanta vergonha tinha de si mesma...como temia que seu marido ficasse magoado, quando os amigos lhes voltassem as costas novamente.
- Míriam, que lindo nome e que belo sorriso! - disse-lhe, sentindo um amor profundo por ela. Meus apóstolos a cumprimentaram calorosamente, e alguns a abraçaram. Judas permaneceu recuado e nada disse. Foi com repugnância que ele encarou a mulher aleijada que estava à sua frente.
Emial ia e vinha apressado, dizendo: - Sentem-se. Podem sentar-se! Sobre a mesa viam-se as mais seletas frutas, o que deveria ter sido muito dispendioso para ele. Ele trouxe jarros de vinho e água, dos quais todos nós pudemos saborear, com exceção de Judas, que pensou tratar-se de vinho barato. Emial estava cheio de alegria, narrando minuciosamente algumas das inúmeras aventuras que havíamos vivido na infância. O que encantava Meus discípulos era o fato de ele ser capaz de se sentir feliz com a coisa mais insignificante. Apanhou Míriam no colo e sentou-a em seus joelhos. Então disse:
- O momento mais feliz da minha vida foi quando me casei com minha esposa. Ela é muito linda e agora traz consigo nosso filho. Judas estremeceu, mas todos os outros estavam felizes. Olhei para Míriam e pude ver que o seu filho, um menino, estava morto em seu ventre. Olhei para Meu amigo e divisei toda a esperança em seu coração. Então olhei de novo para Míriam, tão temerosa das pessoas, tão insegura quanto a esses homens, tão incerta de que eles realmente a estimavam. Vislumbrei em seus olhos a mágoa causada pela reação de Judas, as quais muitos ainda não haviam notado, mas ela sim. Meu coração implorou por esses Meus amigos, quando Eu disse:
- Emial posso segurar Míriam por alguns instantes? Ele me encarou, perguntando-se, a princípio, se Eu não iria machucá-la. Conhecendo-Me, porém, ele a entregou gentilmente a Mim. Segurei-a em Meus braços e dei-lhe um beijo no rosto. Ela começou a chorar, quando Eu orei:
- Pai, Meu amigo está aqui diante de Ti, junto com sua família amada. Eu, Teu filho, peço que enchas essa família com a Tua graça e que faças com que o amor que está no coração deles se transforme em Teu amor curador. - Fechei os olhos durante um momento, clamando do fundo meu coração ao Meu Pai. E então disse: - Míriam, que tudo o que está em você e tudo que você é fique curado, pela misericórdia de Deus. Coloquei-a no chão, e, com lágrimas de alegria, ela apoiou-se em seus pés, e seus braços se endireitaram. A criança em seu ventre voltou `a vida. Emial avançou para ela aos gritos: - Míriam! Míriam! Míriam! - Levantando-a em seus braços, ele prosseguiu clamando: - Louvado seja Deus! Obrigado, Pai! Obrigado, Jesus! Louvado seja Deus!
Meus discípulos se uniram aos louvores a Deus, enquanto Emial e Míriam caíram diante de Mim e se puseram a beijar Meus pés. Abaixei- Me e ajudei-os a se levantarem.
- Não há necessidade disso, Meus amigos. Apenas se proponham a louvar a Deus durante toda a sua vida e a de seus filhos. Jesus como poderei agradecer-te algum dia? - perguntou Meu amigo.
- Basta que você continue a viver como o tem feito, puro e feliz, e que ofereça cada dia a Deus. Mais uma coisa: não contem nada a sobre isso a ninguém, pois ainda não é o momento de os outros saberem. Beijando Minha mão Míriam disse: - Faremos isso, Senhor. Eu prometo, eu prometo. Judas, num canto, observava tudo com certa incredulidade.
Um pouco mais tarde, naquela noite, voltamos à sinagoga para agradecer ao Meu Pai e depois regressamos à Minha casa ao encontro de Minha Mãe. Assim que cruzei a porta, ela disse, beijando-Me: - Obrigada, Jesus. meus discípulos começaram a contar-lhe o que havia acontecido, mas não havia surpresa em seus olhos, apenas gratidão e amor.
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