quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Um Deus, um povo, uma história cheia de histórias


Um Deus, um povo, uma história cheia de histórias 


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Como foi isso? Como Deus nos dirigiu Sua Palavra? Como pode o Deus Infinito, Silêncio eterno, falar a linguagem dos filhos dos homens?



As Sagradas Escrituras são testemunhas desse misterioso diálogo entre Deus e a humanidade. Mas, compreendamos logo algumas coisas.



(1) Deus não Se revelou primeiramente num livro. Revelou-Se na história de um povo, por Ele misteriosa e gratuitamente escolhido: o povo de Israel.
Pouco a pouco, com admirável pedagogia, foi plasmando esse povo, foi a ele Se revelando, retirando-o do paganismo, educando-o; foi-lhe purificando a consciência, refinando a percepção que eles tinham o divino.
Aos poucos, Israel foi sendo formado, foi compreendendo que havia sido escolhido e, dessa escolha, dependia também a bênção para toda a humanidade. E Israel foi experimentando, foi tomando consciência de que esse seu Deus não era um deus entre outros, mas Deus, simplesmente o Deus, o Eterno, o Invisível, o Santo, o Único!
Nos percalços da história, o Senhor foi educando Israel para acolher a Sua revelação.



(2) Atenção, que “revelação” aqui não quer dizer revelação de segredos e ideias abstratas, de teorias, mas se trata da revelação de Alguém, revelação do próprio Deus: como um amigo se revela a outro amigo, como o amado se revela à sua amada em palavras, em gestos, em atitudes, em convivência, assim Deus, o Altíssimo, foi Se revelando ao Seu povo.



(3) Somente num segundo momento é que os sábios e profetas, os escribas e sacerdotes foram colocando por escrito a história de Israel: suas histórias, suas tradições, séculos e séculos de vida com o seu Deus, vida que muito antes havia experimentado na existência sofrida de cada dia.
Então, uma conclusão importante: os textos da Escritura não são simples documentos históricos crus, impessoais, simplesmente objetivos, crônicas de jornal ou informação de livro de história; muito menos ainda são livros de ciência ou filosofia! Nada disso: são textos vivos, textos vividos, cheios de emoção, de paixão: são o testemunho de como um povo vivenciou no seu coração e na sua vida o seu relacionamento com o Deus vivo que lhe veio ao encontro nos acontecimentos da sua história.
Imagine alguém colocando por escrito sua vida com a pessoa amada, sua história de amor com tantos altos e baixos... Assim Israel colocou por escrito essa relação do Deus Amante com o Seu povo amado... É isto o conjunto de textos a que chamamos Antigo Testamento, é fogo de paixão, é rogo de dois corações que se atrigam como pedras: o Coração apaixonado do Deus Santo com o coração do povo que Ele desposou!



(4) E Israel foi crescendo na convicção de que esses textos tão humanos, com linguagem de homens, limitações culturais de homens, não eram simplesmente obra de homens: por trás dos autores humanos, era Deus mesmo Quem estava inspirando, comunicando-Se, rasgando Seu coração para que o homem nele pudesse entrar! Isso: frequentar esses textos é frequentar o Coração de Deus: coração Divino revelado em linguagem humana!

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