Evangelho Jo, 9-1-41 Domingo - 30-03-14 Part. II
6Tendo dito isso, cuspiu na terra, fez lama com a saliva, aplicou-a sobre os olhos do cego 7e lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé – que quer dizer ‘Enviado’. O cego foi, lavou-se e voltou vendo”.
Não canso de admirar e saborear a beleza das narrativas de São João! De modo elegante, conciso, forte, ele diz tudo! Jesus é a Luz do mundo e vai dar luz a esse cego que, de nascença, nunca vira a luz. Para isto, cospe e faz lama com a saliva. O significado é profundo: para os judeus, a saliva é o nosso sopro feito líquido. Então, Jesus infunde o Seu sopro, isto é, o Seu Espírito no barro, como Deus, que no princípio, plasmou o homem da terra e soprou-lhe nas narinas um hálito de vida! Veja, meu Leitor, o que o Evangelista está procurando nos dizer: Jesus vai recriar, vai fazer desse homem uma nova criatura, um homem de verdade!
O Senhor aplica a saliva nos olhos cegos e ordena que o homem se lave na piscina do Enviado. Ora, o Enviado é Jesus e Sua piscina é aquela do santo Batismo, é a pia do seu e do meu Batismo! Nunca esqueça: nós todos nascemos cegos; nascemos no pecado (cf. Sl 51/50,7), nascemos não filhos de Deus, mas filhos da ira (cf. Rm 1,18)! O Senhor “viu” a nossa situação, “viu-nos”, como viu aquele cego! Eis o desejo do Senhor: que todos os cegos do mundo, todos nós, que nascemos cegos pelo pecado original, creiamos em Cristo e nos lavemos na Sua piscina: “Quem crer e for batizado será salvo!” (Mc 16,16). Ali sim, naquela santa Piscina, enxergaremos a verdade: que Jesus é o Senhor, o Messias de Deus, o nosso único Salvador! Façamos como o cego do Evangelho: “O cego foi, lavou-se e voltou vendo!”
Para que você saiba bem: na antiguidade cristã, o Batismo era chamado de Iluminação, em grego, photismós. Com efeito, assim como o recém-nascido segundo a carne vê a luz deste mundo, o renascido no Espírito de Cristo, presente na água da pia batismal, vê a luz de Cristo, é por Ele iluminado! Assim, um cristão, um iluminado por Cristo, não pode ver o mundo, ver as coisas como os pagãos veem: “Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da Luz!” (Ef 5,8) Que miséria constatar tantos discípulos de Cristo, iluminados “na piscina do Enviado”, continuam pensando, falando, agindo, vivendo segundo a treva do mundo!
Ainda mais um detalhe: recorda do Evangelho da Samaritana? Jesus não disse que daria uma Água que jorra para a Vida eterna? Olhe a Água aí novamente, agora na piscina do Enviado! Lá e cá, na Samaritana e em Siloé, a água tem o mesmo significado: é o Espírito que o Senhor morto e ressuscitado nos dará! “Em verdade, em verdade Eu vos digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus! O que nasce da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito” (Jo 3,5-6), é homem "espirituado", é nova criatura, iluminado, nascido para a Vida eterna!
- Senhor Jesus, Luz do mundo,
Luz que não conhece ocaso,
Recria-me com a força do Teu Espírito!
Lembra-Te, ó Santíssimo Salvador,
Que eu fui lavado na Tua piscina,
Fui iuminado,
Fui purificado,
Fui regenerado – gerado de novo!
Luz que não conhece ocaso,
Recria-me com a força do Teu Espírito!
Lembra-Te, ó Santíssimo Salvador,
Que eu fui lavado na Tua piscina,
Fui iuminado,
Fui purificado,
Fui regenerado – gerado de novo!
No entanto,
Por minha preguiça,
Por minha displicência,
Por minha soberba,
Muitas vezes sou cego,
Muitas vezes, sujo,
Muitas vezes morto no meu coração!
Por minha preguiça,
Por minha displicência,
Por minha soberba,
Muitas vezes sou cego,
Muitas vezes, sujo,
Muitas vezes morto no meu coração!
Piedade, ó Piedoso!
Misericórdia, ó Misericordioso!
Senhor, Amigos dos Homens!
Pelos santos exercícios quaresmais
Ilumina-me,
Purifica-me,
Renova-me,
Para que eu possa santamente celebrar o solenidade bendita da Tua Páscoa
E, na hora de minha morte, possa fazer minha Páscoa para a eternidade
Misericórdia, ó Misericordioso!
Senhor, Amigos dos Homens!
Pelos santos exercícios quaresmais
Ilumina-me,
Purifica-me,
Renova-me,
Para que eu possa santamente celebrar o solenidade bendita da Tua Páscoa
E, na hora de minha morte, possa fazer minha Páscoa para a eternidade
Na tua luminosa Presença, quando serás minha lâmpada para sempre (cf. Ap 21,23). Amém.
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