domingo, 27 de abril de 2014

Catequese Pascal 4



Catequese pascal - 4

“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos que vivem como estrangeiros na Dispersão... Vós sois os eleitos conforme a presciência de Deus Pai, mediante a santificação do Espírito, para Lhe servir em obediência e ser aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. A vós graça e paz em abundância” (1Pd 1,1-2).

Pedro escreve com a consciência de ser apóstolo, enviado de Jesus Cristo. Não escreve por si próprio nem tampouco para falar de si e de suas ideias ou gostos, mas para dizer as coisas concernentes ao Senhor Jesus. É Ele Quem importa!

A quem escreve? "Aos que vivem como estrangeiros na Dispersão" ... Tratam-se dos cristãos que se encontravam entre os pagãos e, assim, viviam como estrangeiros num mudo que não conhecia a Deus nem ao Seu Cristo. Estrangeiros dispersos pelo mundo inteiro... É isto que os cristãos serão sempre, é isto que nós somos e seremos cada vez mais...
No dia em que os cristãos se sentirem de bem com o mundo, se sentirem em casa no mundo, certamente estão sendo infiéis, estão traindo o Evangelho de Cristo e rendendo-se ao espírito do “Príncipe deste mundo”:
“Pai... Eu lhes dei a Tua palavra, mas o mundo os odiou, porque não são do mundo, como Eu não sou do mundo” (Jo 17,14);
“Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro Me odiou a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas porque não sois do mundo, o mundo, por isso, vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é maior que seu senhor. Se eles Me perseguiram, também vos perseguirão; se guardaram Minha palavra, também guardarão a vossa” (Jo 15,18-20)...
Exemplos? Somente hoje duas notícias: o casamento legal de três mulheres entre si nos Estados Unidos... Outra ainda? A Disney proibiu referência a Deus nos seus filmes...

Não! Desculpem os que pensam diferente! A Escritura nos previne, Jesus nos previne, os Apóstolos no previne, os santos os previnem: nunca o cristianismo será agradável ao mundo... A não ser um cristianismo mundano... Mas, aí já não seria cristianismo, mas uma triste e inútil caricatura...

Neste sentido, há uma imagem sugestiva e trágica na Epístola aos Hebreus. Aí o mundo é comparado à Jerusalém, a Jerusalém segundo a carne, que rejeitou o Salvador: “Jesus, para santificar o povo por Seu próprio sangue, sofreu do lado de fora da porta. Saiamos também com Ele, carregando a Sua humilhação. Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir” (Hb 13,12-14).

Certamente que não se trata de ter raiva do mundo. Nada disso! O Senhor nos faz servos do mundo, da salvação do mundo; mas, trata-se de ter bem consciência que a adesão a Cristo rompe com o modo de pensar, de agir, de falar, de viver do mundo! Vale de modo trágico, a advertência do Apocalipse aos cristãos, falando da Roma imperial, imagem viva do mundo inimigo de Cristo: “Saí dela, ó Meu povo, para que não sejais cúmplices dos seus pecados e atingidos pelas suas pragas!” (18,4). Na mesma direção vai a constatação de São Paulo: “Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, a fim de que conheçamos os dons da graça de Deus...” (1Cor 2,12).
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Dom Henrique Soares Costa

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