terça-feira, 15 de abril de 2014





Retiro Quaresmal - A Paixão segundo Mateus (4)
XLII Dia da Quaresma - XXXVI de penitência
Mt 26,36-46

36Jesus chegou com eles a uma propriedade chamada Getsêmani e disse aos discípulos: “Sentai-vos, enquanto Eu vou orar ali!” 37Levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu e começou a ficar triste e angustiado. 38Então lhes disse: “Sinto uma tristeza mortal! Ficai aqui e vigiai Comigo!” 39Ele foi um pouco mais adiante, caiu com o rosto por terra e orou: “Meu pai, se possível, que este cálice passe de Mim. Contudo, não seja feito como Eu quero, mas como Tu queres.”
40Quando voltou para junto dos discípulos, encontrou-os dormindo. Disse então a Pedro: “Não fostes capazes de ficar vigiando uma só hora Comigo? 41Vigiai e orai, para não cairdes em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.
42Jesus afastou-se pela segunda vez e orou: “Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, seja feita a Tua vontade!” 43Voltou novamente e encontrou os discípulos dormindo, pois seus olhos estavam pesados. 44Deixando-os, afastou-se e orou pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45Então voltou para junto dos discípulos e disse: “Ainda dormis e descansais? Chegou a hora! O Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. 46Levantai-vos, vamos! Aquele que vai Me entregar está chegando”.

Comentando:

Terminada a Ceia, Jesus dirige-Se ao Monte das Oliveiras. Já está tudo decidido: ao entregar-Se no Seu Corpo e Sangue na Eucaristia, Ele selou Sua sorte: o que fez naquela Ceia derradeira terá de fazer na carne de Sua vida: entregar-Se e Seu corpo será suspenso na cruz, alquebrado pela flagelação e a dor, Seu sangue, sinal da Sua vida, será derramado até a morte, para a remissão dos pecados do mundo...
No Monte das Oliveiras, do lado do Monte que fica de frente para Jerusalém, Jesus entra num pequeno jardim de oliveiras, chamado de Getsêmani, ou seja, “lagar de azeite”. Provavelmente ali existiria uma prensa para fabricar óleo... o óleo da unção, do Messias... Lugar muito significativo para a agonia do Ungido de Deus, do Rei de Israel, do Salvador da humanidade!

A tremenda realidade que o Senhor tinha pela frente não era uma brincadeira, um faz-de-conta: Ele, Deus verdadeiro e perfeito, Pessoa divina, realmente assumiu a natureza humana, sendo homem verdadeiro. Agora sentia todo o pavor que a morte nos causa – e mais ainda nele, pois essa morte tem o trágico do pecado do mundo; é uma morte obscura, que envolve traição, trama, maldade, violência, desprezo, ignomínia! Toda a natureza humana de Jesus nosso Senhor rebela-se contra a possibilidade de morrer.
Faz parte de nossa natureza, pois fomos criados para a vida, não para a morte! O instinto de sobrevivência do Senhor era igual ao nosso: Seu corpo, Seus reflexos, Sua vontade humana, tudo reage à ideia de morte, e morte violenta... Ele procura refúgio no regaço do Pai: procura-O na oração! Que exemplo para nós! Ele, o Filho de Deus precisou rezar procurando conformar Sua vontade humana àquela do Pai!
Pense nisso, meu Leitor, e seja assíduo e fiel à oração, se realmente quiser viver na vontade de Deus! Sem a oração, só vemos a nossa vontade e, pior ainda, a confundimos com a santa vontade de Deus... Quem não reza é ateu, pois, na prática, vive como se Deus não existisse!

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