
São José, o pai adotivo de Jesus, é considerado como um grande modelo de castidade.
326
Em relação à
sexualidade, a Igreja Católica convida todos os seus fiéis a viverem na castidade, que é um dom divino e uma virtude moral que permite a integração positiva da sexualidade na pessoa.
327 Essa integração exige "
uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz." A virtude da castidade relaciona-se com a
virtude cardinal da
temperança.
328
Logo, todos os católicos são chamados à castidade
329 , porque a sexualidade só se "
torna pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher",
330 ambos unidos pelo
sacramento do
matrimónio (que é indissolúvel).
331Por isso, os atos sexuais fora do matrimónio constituem sempre um pecado grave.
332 Por essas razões, o
sexo pré-marital, a
pedofilia, o
adultério, a
masturbação, a
fornicação, a
pornografia, a
prostituição, o
estupro e os atos sexuais entre homossexuais são condenados pela Igreja como sendo expressões do
vício da
luxúria.
333
Para a Igreja, o
amor é uma
virtude teologal310 e o oposto de usar.
334 Aplicado nas relações conjugais humanas, o amor verdadeiramente vivido e plenamente realizado é uma comunhão de dádiva mútua de si mesmo, "
de afirmação mútua da dignidade de cada parceiro" e um "
encontro de duas liberdades em entrega e receptividade mútuas".
335 Essa comunhão conjugal do homem e da mulher é um
ícone da vida da
Santíssima Trindade e leva não apenas à satisfação, mas à
santidade.
336 Esse tipo de relação conjugal proposto pela Igreja exige permanência e compromisso
matrimoniais.
337

Santa
Maria Goretti(1890-1902), uma
virgemque, tal como os inúmeros santos, viveu rigorosamente e à sua maneira a castidade cristã.
338
Por essa razão, a sexualidade é uma fonte de alegria e de prazer e ordena-se para o amor conjugal
339 e para a
procriação.
340 A sexualidade (e o
sexo) é também considerada como a grande expressão do
amor recíproco, onde o homem e a mulher se unem e se complementam.
335
O verdadeiro amor conjugal, onde a
relação sexual é vivida dignamente, só é possível graças à castidade conjugal.
337 Essa virtude permite uma vivência conjugal perfeita assente na
fidelidade e na fecundidade matrimoniais.
340 Para além da castidade conjugal (que não implica a abstinência sexual dos casados), existem ainda diversos regimes de castidade: a
virgindade ou o
celibato consagrado (para os
religiosos, as
pessoas consagradas, os
clérigos etc.) e a castidade na
abstinência (para os não-casados).
341
 | se um homem, tendo escolhido uma mulher, casar-se com ela, e vier a odiá-la por descobrir nela qualquer coisa inconveniente, escreverá uma letra de divórcio, lha entregará na mão e a despedirá de sua casa.342 |  |
Porém, no
Novo Testamento, Jesus, que segundo a Igreja veio completar e dar o sentido definitivo às revelações divinas do Antigo Testamento, afirmou que:
 | Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher, [..] foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei; mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher; e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."343 |  |
Por isso, baseando-se nos ensinamentos de Cristo, a Igreja afirma que o sacramento do
matrimónio entre um homem e uma mulher livres é indissolúvel, até no momento em que um dos cônjuges morrer.
331 Porém, em casos onde não houve
consumação ou não houve um consentimento matrimonial claro e livre de qualquer violência ou "
grave temor externo", o matrimónio pode ser declarado nulo e inexistente por autoridades eclesiásticas competentes.
344 345
Segundo a doutrina católica, o uso atual e indiscriminado de
preservativos incentiva um estilo de vida sexual imoral,
promíscuo, irresponsável e banalizado, onde o
corpo é usado como um fim em si mesmo e o parceiro(a) é reduzido(a) a um simples objeto de
prazer. Esse tipo de vida sexual é fortemente condenado pela Igreja.
346
O
Papa Bento XVI reafirmou, durante a sua visita aos
Camarões e à
Angola (17 de Março a 23 de Março de 2009), que somente a distribuição de preservativos não ajuda a controlar o problema da
SIDA, mas, pelo contário, contribuiria para "
piorar a situação". Tais declarações desencadearam uma tempestade de críticas e condenações por parte de governos e das
ONGs. O director executivo do Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a tuberculose e o paludismo, Michael Kazatchine, pediu a Bento XVI que retirasse as suas declarações "
inaceitáveis".
347
Contudo, em 2010, o Papa Bento XVI afirmou, de forma coloquial e não-oficial, que o uso do preservativo pode ser justificável em alguns casos pontuais para diminuir o risco de contágio às
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), "
como por exemplo a utilização do preservativo por um(a) prostituto(a)". Porém, o Papa ressalvou que o uso de preservativos não é "
uma solução verdadeira e moral". Ele voltou também a reafirmar a doutrina católica que defende que a fidelidade no casamento, o amor recíproco, a castidade, a humanização da sexualidade e a
abstinênciasão os melhores meios de combater as DSTs, em detrimento da "
mera fixação no preservativo".
346 348
Os atos sexuais entre pessoas
homossexuais são considerados moralmente errados porque violam a "
iconografia de diferenciação e complementariedade sexuais" entre o homem e a mulher e porque são incapazes de gerar vida.
349 Entretanto, para a Igreja, ter tendências homossexuais não é considerado um pecado nem um castigo, mas apenas uma provação. O pecado está em ceder a essas tendências e adotá-las na prática.
350 A Igreja repudia também qualquer reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo.
351
Mas, a Igreja afirma que não discrimina os homossexuais e pretende ajudá-los a viver na
castidade, para que eles evitem os atos sexuais, que são moralmente desordenados, "
porque são atos de afirmação de si mesmo e não dádiva de si mesmo".
349 A Igreja ainda convida os homossexuais a aproximarem-se gradualmente da perfeição cristã, através do autodomínio, da oração, da
graça sacramental, do oferecimento das suas dificuldades e sofrimentos como um
sacrifício para Deus e "
do apoio duma amizade desinteressada".
350
Contudo, paradoxalmente, algumas fontes católicas (ex: arcebispo norte-americano Wilton Daniel Gregory) afirmam que é necessário lutar para que os
seminários e os noviciados não estejam dominados por homossexuais.
352 Esta reacção pode ser explicada à luz da posição oficial da Igreja sobre a ordenação sacerdotal de homossexuais, expressa numa Instrução redigida pela
Congregação para a Educação Católica, em 2005: a Igreja "
não pode admitir ao Seminário e às Ordens sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada 'cultura gay'".
353
A Igreja Católica considera a
vida humana como sagrada e como um valor absoluto e inalienável,
354 por isso condena, entre outras práticas, a
violência, o
homicídio, o
suicídio, o
aborto induzido, a
eutanásia,
355 a
clonagem humana (seja ela reprodutiva ou terapêutica)
356 e as pesquisas ou práticas científicas que usam
células-tronco extraídas do
embrião humano vivo (que provocam a morte do embrião).
357 Para a Igreja, a vida humana deve ser gerada naturalmente pelo sexo conjugal e tem início na
fecundação (ou concepção) e o seu fim na morte natural.
358 359 Segundo essa lógica, a
reprodução medicamente assistida é também considerada imoral porque dissocia a
procriação do ato sexual conjugal, "
instaurando assim um domínio da técnica sobre a origem e o destino da pessoa humana".
360