domingo, 12 de janeiro de 2014

Deus Filho: Jesus Cristo, o Salvador

Deus Filho: Jesus Cristo, o Salvador

Jesus é muitas vezes caracterizado como o Bom Pastor, que cuida das suas ovelhas até ao ponto de dar a sua vida por elas.137
Jesus, recém-nascido num estábulo, é adorado pelos pastores, que eram pessoas pobres e humildes.
Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai,138 ele encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação e as bem-aventuranças à humanidade inteira, "ou seja: para reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar participantes da natureza divina (2 Ped 1, 4);"139 e para anunciar o Reino de Deus.140 Santo Atanásio, um famosoPadre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "Filho de Deus, se fez homem para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como Deus.141
Jesus (do hebraicoYeshua), que significa "Deus salva",142 é o Messias ou o Cristo. Mais especificamente, ele é consagrado por Deus Pai e ungido pelo Espírito Santo para a sua missão salvífica: ele, "descido do céu" (Jo 3,13), foi crucificado e depois ressuscitado, e é o servo sofredor que "dá a sua vida em resgate pela multidão" (Mateus 20:28).4 O Credo Niceno-Constantinopolitano faz referência a Jesus Cristo:
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria.
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.

Natureza de Jesus e o seu nascimento[editar | editar código-fonte]

cristologia católica ensina que Jesus Cristo, Nosso Senhor,143 é a encarnação do Verbo divino,144 verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Salvador e Bom Pastor da Humanidade.3 Ele é também o "Filho Unigénito de Deus" (1 Jo 2, 23), a segunda pessoa da Santíssima Trindade, porque, no momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai designa Jesus como seu Filho predilecto. Aliás, Jesus apresenta-se a si mesmo como o Filho que "conhece o Pai" (Mt 11,27).145 Por isso, ele é o único e verdadeiro Sumo Sacerdote 146 e mediador entre os homens e Deus Pai,147 chegando a afirmar que "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim" (Jo 14, 6).148
Jesus, sendo Deus, rebaixou-se da sua condição divina para ser um homem, tendo aprendido, tal como as outras pessoas, muitas coisas através da sua experiência e inteligência humanas, apesar de conhecer íntima e plenamente os desígnios eternos de Deus e logo participa da infinita sabedoria divina.149Segundo a mariologia católica, Jesus foi concebido virginalmente no seio de Maria pelo poder do Espírito Santo.150 Ele nasceu em Belém, na Palestina, no tempo de Herodes, o Grande e do imperador romano Otávio César Augusto.151
Jesus procede de Deus Pai e é eternamente consubstancial a ele. Não foi criado pelo Pai, mas gerado porque encarnou-se, assumindo assim a sua natureza humana.152 Jesus é considerado o filho perfeito porque subordinou a sua vontade humana à vontade divina do Pai, que consiste na salvação de toda a humanidade.153 Por isso, é-lhe atribuída a salvação do mundo.142

Ministério e ensinamentos[editar | editar código-fonte]

No famoso Sermão da Montanha, Jesus (re)anuncia asBem-Aventuranças, o Pai Nosso, o Reino de Deus e aregra de ouro.154
A crucificação e morte de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar os homens, através do supremo sacrifício redentor de Jesus.155 156
Durante o seu ministério, é dito que Jesus fez vários milagres, como andar sobre a água, transformar água em vinho, várias curas, exorcismos e ressuscitação de mortos (como a Ressurreição de Lázaro).157 Ele esteve em vários lugares de Israel, nomeadamente na Galileia, na Samaria, na Judeia e sobretudo emJerusalém, logo antes de sua crucificação.158
Nas suas muitas pregações, Jesus ensinou, entre outras coisas, o Pai Nosso,159 as bem-aventuranças 160 e insistiu sempre que o Reino de Deus estava próximo 161 e em que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas. Anunciou também que quem quisesse fazer parte do Reino de Deus teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o amor, o poder e a graça de Deus eram muito superiores ao pecado e a todas as forças do mal, insistindo por isso em que o arrependimento sincero dos pecados e a  em Deus podem salvar os homens.162
Ele também mandou os seus discípulos a "amar a Deus de todo seu coração, de toda sua alma e de todo seu espírito" (Mateus 22:37) e "amar o seu próximo como a si mesmo" (Mateus 22:39). Para Jesus, esses dois mandamentos constituem o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mateus 22:40).163 Ele deu inclusivamente aos homens um novo e radical mandamento de Amor: "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo" (João 15:10).
Jesus alertou aos seus discípulos que "só quem aceita os meus mandamentos e lhes obedece, esse é que me ama. E quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e manifestar-me-ei a ele. […] Nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada" (João 14:21-23). Sobre esse aspecto, a Igreja acredita também que quem ama a Deus permanecerá no amor. E "quem permanecer no amor permanecerá em Deus e Deus nele", porque "Deus é amor" (1 João 4:16).

Jesus e o Antigo Testamento[editar | editar código-fonte]

Durante o Antigo Testamento, Deus, através de profetas, já anunciava a vinda do Messias, para que a humanidade, nomeadamente o povo escolhido de Israel (ou povo judaico), pudesse reconhecê-lo quando ele viesse. A Igreja ensina que Jesus, sendo o Messias, cumpriu todas as profecias do Antigo Testamento acerca dessa vinda salvífica, nomeadamente as do profeta Isaías.164 165 166
Logo, Jesus não veio para superar, substituir ou abolir os ensinamentos do Antigo Testamento, "mas sim para levá-los à perfeição" (Mt 5,17). Isso quer dizer que ele deu o sentido último e pleno às verdades reveladas por Deus ao longo do Antigo Testamento.2 Isso significa também que Jesus, que trouxe simultaneamente continuidade e inovação, renovou também a aliança entre Deus e os homens, instaurando assim o Novo Testamento (ou a Nova Aliança).167

Mistério pascal e salvação[editar | editar código-fonte]

ressurreição de Cristosimboliza a vitória de Deus sobre o pecado, o mal e a morte.168 169
Para os católicos, Jesus amou tanto os homens que entregou-se incondicional e totalmente para eles, chegando ao ponto de sacrificar voluntariamente a sua própria vida na cruz para livrar-los do pecado 155 e abrir-lhes na plenitude o caminho da salvação e da santidade (temas tratados na seção Salvação e Santidade).156 Foi também Jesus que, ao cumprir a vontade de Deus Pai,138derrotou o pecado e o mal,143 através da sua morte redentora na cruz. E, para derrotar a própria morte, ele ressuscitou ao terceiro dia,169 após a sua crucificação em Jerusalém.151 Esse fato dá aos católicos esperança de que Jesus já garantiu aos homens "a graça da adoção filial que é a participação real na sua vida divina" e também esperança de que, no dia do Juízo Final, todos os homens serão ressuscitados por Deus.168
Pentecostes, onde o Espírito Santo desceu sobre os doze apóstolos e aVirgem Maria.170
Após a sua ressurreição, Jesus continuou na Terra durante quarenta dias, junto dos apóstolos, passando-lhes ainda ensinamentos e confirmando que eles e a Igreja em geral receberiam o Espírito Santo, algo que aconteceu no Pentecostes. Após esse período de quarenta dias, Jesus foi elevado ao céu,171 mas continua atualmente "a permanecer misteriosamente sobre a terra, onde o seu Reino já está presente como germe e início na Igrejafundada e encabeçada por ele.172 Ele está também presente no sacramentoda Eucaristia 173 . No dia do Juízo Final, que coincide com a realização final do seu novo Reino, Jesus voltará em glória, mas a data precisa deste acontecimento ninguém sabe.172

Deus Espírito Santo: o guardião da Igreja[editar | editar código-fonte]

Espírito Santo procede do Pai e do Filho e, apesar de invisível, personaliza o amor íntimo e infinito de Deus sobre os homens. Manifestou-se primeiramente nobatismo de Jesus e plenamente revelado no dia de Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição de Cristo.170 Ele foi comunicado e enviado aos corações dos fiéis, por meio dos sacramentos, para eles receberem a vida nova de filhos de Deus174 e estarem intimamente unidos com Jesus num só Corpo Místico. O Espírito Santo, que é o mestre da oração 175 , foi enviado por Jesus para guiar, edificar, animar e santificar a Igreja e para que ela sempre testemunhe e interprete bem aRevelação divina.176
Em relação à Virgem Maria, o Espírito Santo encheu-a de graça e concebeu Jesus Cristo no seio dessa mulher virgem, por isso o Espírito faz dela a Mãe de Cristo e, como Cristo é o próprio Deus encarnado, também a Mãe de Deus.177 Ele inspirou também os profetas do Antigo Testamento para falarem em nome de Deus, sendo essas profecias plenamente realizadas em Cristo, que revelou a existência do Espírito Santo, a pessoa divina que o ungiu e o consagrou Messias.178Resumindo, atribuiu-se ao Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, a santificação da Igreja e do mundo com a graça divina e os seus dons. O Credo Niceno-Constantinopolitano faz referência ao Espírito Santo:
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.

Oração[editar | editar código-fonte]

oração, ou simplesmente o acto de falar com Deus, é uma graça de Deus que permite o estabelecimento de uma relação pessoal, amorosa e filial dos homens com Deus, que vem ao encontro dos homens e habita nos seus corações.179 Na oração, o crente eleva a alma a Deus para o louvar e/ou pede a Deus bens conformes à sua vontade.180 A Igreja Católica acredita que "a fé e a oração são forças que podem influir na história" e que podem mudar assim o destino da humanidade.181
Uns dos pré-requisitos da oração é acre­ditar num Deus pessoal e na possibilidade de contatar diretamente com ele, sendo por isso a expressão mais espontânea da nossa procura incessante de Deus, que simultaneamente nos atrai e nos chama.180 182 Logo, a oração é "o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d'Ele."183



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