domingo, 12 de janeiro de 2014

Revelação divina e Tradição[e

Revelação divina e Tradição

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Deus revela-se a Abraão, o maior patriarca do Antigo Testamento e o "pai dos crentes".17
Segundo a fé católica, Deus revelou-se ao homem, através de palavras e acontecimentos, para que o homem possa conhecer o seu desígnio de benevolência. Esse desígnio "consiste em fazer participar, pela graça do Espírito Santo, todos os homens na vida divina, como seus filhos adotivos no seu único filho", que é Jesus Cristo.18 Essa infalível Revelação divina, manifestada ao longo dos séculos que correspondem ao Antigo Testamento, é plenamente realizada e completada em Jesus Cristo.2 A partir da ressurreição de Cristo, não será revelado mais nada aos homens até à Parusia.5 Mas, "apesar de a Revelação já estar completa, ainda não está plenamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender gradualmente todo o seu alcance, no decorrer dos séculos."19
A partir daí, com a assistência sobrenatural do Espírito Santo, a Revelação imutável (ou o depósito de fé) é transmitida ininterrupta e integralmente pela Igreja através de uma dupla e indissociável Tradição (que em latim significa entrega ou ato de confiar)20 , que pode ser oral ou escrita (2 Tessalonicenses 2,15; 2 Timóteo 1,13-14; 2,2):
  • a Tradição oral, ou simplesmente a Tradição, que conserva os ensinamentos de Cristo aos Apóstolos. Por sua vez, eles transmitiram integralmente estes ensinamentos aos seus sucessores (os bispos unidos ao Papa), para que eles possam conservar e difundi-los;20 21
  • a Tradição escrita, ou a Bíblia, é o produto do registo escrito da Tradição oral pelos quatro evangelistas e outros escritores sagrados, sempre inspirados pelo Espírito Santo. Para os católicos, a Bíblia é constituída por 73 livros, organizados no Antigo Testamento e no Novo Testamento. A Constituição dogmática Dei Verbum (1965) reafirma que "os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras".20 22
Ambas são intercomunicáveis, visto que "Jesus fez na presença dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro"23 , a saber, o Evangelho de São João. Além da Revelação divina imutável, existem ainda as aparições privadas (ex.: as aparições marianas), que não pertencem à Revelação nem podem contradizê-la. Por isso, os católicos não são obrigados a acreditarem nelas, mesmo que algumas delas sejam reconhecidas como autênticas pela Igreja (ex.: aparições de Fátima). O seu papel é somente ajudar os fiéis a viver melhor a Revelação divina, numa determinada época da história.24

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